Gastos com tecnologia digital devem aumentar 7 vezes em relação à economia portuguesa
A International Data Corporation (IDC) estima que os gastos com tecnologia digital das organizações portuguesas cresçam sete vezes mais do que a economia em 2024, impulsionados pela procura por modelos de negócios e mais capacidades digitais. A última revisão do Banco de Portugal aponta que o crescimento económico irá ficar-se pelos 1,2%.
A partir de 2024, prevê-se um crescimento de 15%, ao ano entre 2022 e 2027, nos gastos com tecnologia digital. A Inteligência Artificial (IA), Cloud e Cibersegurança são as tecnologias que vão impulsionar os gastos digitais ao longo do ano.
O abrandamento económico a nível mundial esperado para 2024 está em linha com a desaceleração esperada para a zona euro, numa altura em que as guerras da Ucrânia e do Hamas e Israel continuam a pesar nas economias locais. Em Portugal, constata-se que a cadeia de abastecimento de TI enfrenta os impactos das políticas globais e da volatilidade.
No entanto, com o aumento da IA generativa, as GPUs, semicondutores e tecnologias desenvolvidas em silício tornam-se vitais. Por isso, o fornecimento limitado e a volatilidade dos componentes-chave para esta tecnologia exigem estratégias de resiliência e diversificação nas empresas portuguesas de TI.
A IDC acredita que os executivos de alto escalão (C-suite) em Portugal vão ter de lidar com as incertezas da inflação e das taxas de juros para definir os gastos em TI. Ou seja, o desafio passa por equilibrar o investimento digital com a gestão de custos, tendo em conta estas condições voláteis. No entanto, com a crescente proliferação da tecnologia de IA generativa, os executivos de TI já estão a repensar os gastos estratégicos, migrando da contenção de custos para o investimento em IA e inovação, enquanto controlam as despesas.
Outro dos temas que vai marcar as agendas nas empresas prende-se com a definição de uma estratégia de ESG (governança ambiental, social e corporativa), que ajude a criar um propósito e a gerar valor para os negócios. Esta responsabilidade crescente em Portugal pretende dar resposta aos consumidores portugueses que, hoje, estão mais preocupados com o comportamento sustentável e os produtos das empresas.