Hama Portugal: Quatro perguntas a… Filipe Barbosa
A Hama cumpre este ano 100 anos de vida. Qual o “segredo” da empresa para esta longevidade, tendo em atenção que nunca mudou de mãos até hoje?
É verdade que não é frequente encontrarmos empresas centenárias. Os mercados mudam, os gostos e necessidades dos consumidores também e, muitas vezes, as empresas não conseguem simplesmente adaptar-se a tempo: nascem, crescem e – por vezes muito rapidamente – morrem.
Penso que se há “segredo” por detrás da longevidade da Hama ele é, precisamente, a sua capacidade de adaptação. Há 100 anos começámos por vender acessórios de fotografia e, apesar de ainda mantermos em catálogo bastantes produtos nesta área – como tripés, mochilas e filtros –, hoje representam uma percentagem mínima entre os mais de 18 mil produtos da nossa gama.
A Hama é uma empresa alemã mas, presumimos, produz a esmagadora maioria dos seus produtos na China. Qual é o valor acrescentado que traz aos consumidores, face aos seus concorrentes que fazem o mesmo?
A Hama subcontrata o fabrico da maioria dos seus produtos a empresas no Extremo Oriente. No entanto, não só muitos deles são concebidos e desenhados na Alemanha, de forma a ir ao encontro dos gostos e necessidades dos nossos clientes europeus, como mantemos sempre um apertado controlo de qualidade sobre todos os produtos, independentemente da sua origem.
A Hama tem tido sempre uma postura no mercado de oferecer produtos de qualidade a um preço concorrencial. A ideia de se conseguir ao mesmo tempo qualidade e baixo preço não é um truque de marketing?
Não para a Hama! É verdade que não é fácil conseguir, em simultâneo, esse equilíbrio entre o preço e a qualidade, mas não é impossível – tal como demonstramos todos os dias. A Hama consegue esse equilíbrio através de uma cadeia de fornecimento de grande qualidade, mas também da enorme escala da sua operação global. A Hama assume uma postura de responsabilidade ambiental, designadamente no seu compromisso de respeitar os objectivos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas. De que forma é possível conciliar essas ideias com os seus objectivos de crescimento? Até há pouco tempo, assumir uma responsabilidade social e ambiental era incompatível com a proposta ao mercado de produtos a preços acessíveis. No entanto, perante a situação de emergência climática que vivemos aos dias de hoje, isto passou a ser possível: não só a Hama tem noção das suas responsabilidades, como são os próprios consumidores a exigirem essa postura. Procurar produzir de forma mais sustentável, recorrendo a energia renovável, utilizando materiais reciclados e com um mínimo impacto ambiental, é actualmente crucial para qualquer empresa, de qualquer sector, que queira continuar a ter a capacidade de competir no mercado – e a manter a sua relevância no futuro.
Este artigo faz parte do Caderno Especial “Aniversário das Marcas”, publicado na edição de Outubro (n.º 327) da Marketeer.