Apenas 18% dos portugueses trabalha em empresas com mais mulheres do que homens
Os portugueses estão atentos às empresas que promovem a diversidade e a inclusão. Estas práticas influenciam cada vez mais atracção e a retenção de talentos, com 87% dos portugueses a afirmar preferir trabalhar em empresas com boa actuação neste domínio.
A conclusão é do estudo “Desenvolvimento Humano, fator-chave para o sucesso de Portugal”, realizado pelo Cetelem – marca comercial do BNP Paribas Personal Finance.
De acordo com os dados, 60% revela-se bastante preocupado com a desigualdade de género, com a inclusão de pessoas com deficiência, o racismo, a xenofobia, a diversidade geográfica e étnica e com a discriminação em função da orientação sexual e/ou identidade de género.
Quanto à igualdade de género nos cargos de liderança, mais de metade (61%) indica que os homens ocupam em maior proporção estas posições nas empresas onde trabalham. Já a equivalência entre homens e mulheres na proporção de profissionais que constituem os respectivos empregadores é referida por apenas 38% dos portugueses inquiridos pelo estudo. A prevalência de homens relativamente às mulheres no mundo do trabalho é apontada por 33%, com apenas 18% dos inquiridos a indicar que a sua empresa tem mais mulheres.
E estão as empresas a implementar medidas de combate ao racismo, à xenofobia, à diversidade geográfica e étnica, tal como o combate à discriminação em função da orientação sexual ou identidade de género? 72% dos inquiridos responde afirmativamente.
De referir, no entanto, que cada um dos domínios obteve 6% de respostas negativas. A inclusão de pessoas com deficiência é a prática menos expressiva. Quando questionados se a sua entidade empregadora contrata pessoas com deficiência, 44% disse “Não” e apenas 34% respondeu afirmativamente. Ainda assim, 48% dos portugueses sente que a empresa na qual trabalham está totalmente capacitada para a inclusão de pessoas com deficiência.
A inclusão, a Responsabilidade Social Empresarial e as formas de trabalho
No que respeita à área geográfica, as empresas das regiões Norte e Centro de Portugal evidenciam valores mais baixos de contratação de pessoas com deficiência, onde só 19% e 21% dos inquiridos o confirmam, respectivamente. A Área Metropolitana do Porto (48%) é onde se verificam mais contratações, seguindo-se da Área Metropolitana de Lisboa (42%) e da região Sul do País (40%). Por outro lado, destaca-se ainda a discrepância entre as empresas públicas (55%) e mistas (48%) com as empresas privadas (28%).
No domínio da Responsabilidade Social Empresarial, 40% dos inquiridos afirma que as iniciativas devem começar nas empresas, priorizando a qualidade de vida dos seus trabalhadores. Seguem-se a promoção da diversidade e inclusão (35%), acções de sustentabilidade (34%) e o apoio a associações e instituições (25%). Apenas 18% refere a promoção do voluntariado.
Cerca de 90% dos inquiridos avalia de forma positiva as empresas quanto à adopção de novas formas de trabalho, à preocupação que têm em relação à saúde e bem-estar dos colaboradores, à contribuição para o bem-estar da sociedade, à preocupação em serem entidades inclusivas, bem como à flexibilidade para o equilíbrio entre a vida e o trabalho. Contudo, apenas 16% avalia as empresas nestes tópicos com as notas máximas.
Os resultados mostram ainda que 44% dos portugueses afirma que as empresas para as quais trabalham apoiam associações ou instituições de cariz social, mas apenas 15% diz que o apoio é realizado ao longo do ano e 19% em épocas específicas, enquanto 10% revela ainda que o apoio é realizado quando surge uma necessidade ou pedido.
Por fim, 7% dos portugueses afirma, ainda, que têm a possibilidade de trocar dias de trabalho por voluntariado. As empresas que se situam nas regiões de Lisboa, Porto e do Sul do País são as apontadas como as que mais promovem iniciativas de voluntariado de âmbito empresarial, com uma média de 43%, face às regiões Norte e Centro – com uma média de 20%. Os que trabalham em empresas públicas (42%) e mistas (33%) são mais expressivos a apontar acções nesta área, em comparação com os colaboradores das empresas privadas (23%).