Vendas online atingem estagnação. Marketing terá de fazer mais com menos
O comércio digital global aumentou face ao trimestre anterior, com o tráfego a subir 3%. Contudo, os gastos dos consumidores caíram na mesma proporção. A conclusão é do relatório Shopping Index, da Salesforce.
Estes dados apontam para uma estagnação, embora a Europa mostre sinais de já estar a caminhar para a recuperação: a Alemanha e França demonstram mais 3% nas vendas online e Espanha mais 11%.
O Reino Unido, no entanto, ainda enfrenta desafios económicos, com vendas online a caírem 3% face ao período homólogo. Os consumidores britânicos ainda estão perante um forte crescimento da inflação, em sentido inverso a vários outros países da União Europeia que já conseguem vislumbrar uma desaceleração nos aumentos de preços.
As taxas médias de desconto neste país caíram 12% em relação ao ano passado, provavelmente contribuindo para o crescimento mais suave das vendas do país em comparação com os restantes do continente europeu.
Ainda assim, as compras de fim de ano poderão ser uma oportunidade de interagir com os consumidores mais fiéis. Para o resto do ano, as marcas de retalho estarão a prever concentrar as suas estratégias em promoções, envolvimento com o cliente e relacionamento com a base mais fiel.
A posição do Marketing nesta conjuntura
E se os consumidores têm de “apertar” as carteiras, os profissionais de marketing não ficam de fora, tendo de trabalhar com orçamentos menores. A pressão inflacionária sobre o retalho significa que os profissionais de marketing precisam fazer mais com menos. Muitos estão a reduzir o número de acções de e-mail marketing.
A taxa de envio de mensagens de marketing aumentou apenas 6% no segundo trimestre deste ano, abaixo dos 28% do segundo trimestre de 2022. A taxa de desaceleração foi maior para o e-mail marketing, que registou crescimento de apenas 3% em comparação com 21% no mesmo trimestre de 2022.
Contudo, e apesar da desaceleração no envio de mensagens, o envolvimento do consumidor permaneceu forte. A taxa de abertura de mensagens manteve-se estável, a cada trimestre, em 21%. Também as taxas de cliques permaneceram inalteradas, mantendo-se em 0,7%.