715 milhões de euros de indemnizações pagas por catástrofes naturais

«As indemnizações pagas pelas seguradoras referentes a catástrofes naturais ascenderam a 715 milhões de euros entre 2009 e 2019», revelou Gonçalo Vieira da Luz, professor Convidado de Finanças na Nova SBE e coautor do estudo “Protection gaps na economia portuguesa”, durante a conferência da Associação Portuguesa de Seguradores (APS), sob o mote “(Des)Proteção para Riscos da Natureza”. O autor salientou, ainda que as indeminizações relacionadas às catástrofes naturais foram mais significativas nos anos de 2010, 2013, 2017 e 2018.

No caso de Portugal destaque para o risco sísmico, tendo em conta a vulnerabilidade do País a este tipo de evento. Para Gonçalo Vieira da Luz é urgente criar «um sistema que permita responder de forma rápida e eficaz na eventualidade de uma ocorrência». O autor lembra que há pelo menos 11 países com sistemas nacionais de seguro para riscos de catástrofe natural, dos quais 9 cobrem explicitamente o risco sísmico nomeadamente: Dinamarca, Espanha, França, Islândia, Japão, Noruega, Nova Zelândia, Reino Unido, Suíça, Turquia ou EUA.

Através de uma reflexão multidisciplinar, oradores de referência alertaram para a importância da prevenção, para a importância da contratação de seguros capazes de dar resposta a estes riscos, e para a necessidade de Portugal criar um sistema nacional de resposta a este tipo de eventos, semelhante ao já existente em muitos outros países.

«A definição de estratégias que permitam prevenir e mitigar, de forma adequada, os riscos associados aos fenómenos da natureza está a ganhar cada vez mais relevância, com os diferentes quadrantes da nossa sociedade a assumir a necessidade urgente de protecção dos riscos da Natureza. Durante esta Conferência, os especialistas foram unânimes em relação a este aspecto. A Assembleia da República aprovou recentemente uma recomendação ao Governo para a criação de um Fundo de Garantia para os Riscos Climáticos e Sísmicos e a Deco defendeu publicamente a cobertura obrigatória de sismos nas apólices multirriscos habitação», comenta José Galamba de Oliveira, presidente da APS. Ainda de acordo com este profissional, «agora é urgente empreender projectos estruturados para esse fim através da implementação de medidas concretas no terreno».

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