Dreamia: E o Óscar vai para…

Após o período pandémico, durante o qual as salas de cinema viram os seus espectadores drasticamente reduzidos ou inexistentes, o sector tem estado a recuperar positivamente e pode dizer-se que 2022 foi um ano de evidente recuperação para o cinema. Com o decorrente aumento de conteúdos disponíveis nas plataformas de streaming e tendo em conta a oferta cada vez mais actual e diversificada dos conteúdos dos canais de cinema em televisão linear, a verdade é que meios como o Canal Hollywood continuam a ganhar a confiança e preferência dos portugueses, levando os consumidores a serem mais selectivos nas suas escolhas de filmes para verem nas salas de cinema.

De acordo com Paulo Bénard Guedes, director de Programação do Canal Hollywood, «os grandes distribuidores, depois da “febre” das plataformas e dos lançamentos directos, perceberam que é essencial continuar a privilegiar a janela de cinema, uma vez que é uma fonte de receita muito importante para garantir a viabilidade económica dos filmes». No entanto, neste momento, e de acordo com o mesmo responsável, «com o aumento da oferta, tanto das plataformas de streaming como da TV linear no segmento do cinema, o público tornou-se mais selectivo na escolha dos filmes para ver em sala. O enorme sucesso no nosso país de filmes como o “Avatar: O Caminho da Água” mostra que existem experiências que o público gosta de ver no cinema», acrescenta.

TOP OF MIND

Apostando, precisamente, na audiência que continua a dar preferência a conteúdos de cinema disponibilizados através da televisão linear, o Canal Hollywood mantém-se o canal de cinema mais visto pelos portugueses. Para esta liderança nas audiências face à concorrência, a “receita” passa precisamente por «estar em sintonia com o nosso público através de análises exaustivas de audiências e tendências, a par de uma cuidada selecção de produto», adianta o mesmo responsável. Além disso, e presente em Portugal desde 1996, o canal, que pertence à produtora de canais temáticos Dreamia, aposta, ainda, na «enorme força da marca “Canal Hollywood” junto dos consumidores, uma marca que está sempre no “top of mind” dos portugueses quando falamos de cinema em casa», defende Paulo Bénard Guedes.

Num canal que se preocupa em chegar a todos os targets, a pesquisa e selecção de filmes são de extrema importância, sendo uma prioridade para o canal encontrar um equilíbrio na oferta disponibilizada. «No Canal Hollywood temos o cuidado de equilibrar a nossa oferta de filmes para apelar a toda a família com segmentos/blocos especiais. Não existe um ou outro género com maior projecção, existem bons e maus filmes e filmes mais comerciais e menos comerciais. Temos bons resultados com filmes que vão desde a pura acção, até às grandes animações que conseguem atrair tanto os mais novos como a restante família», acrescenta o director do Canal Hollywood.

ESTRATÉGIA E PROMOÇÃO

Numa altura em que as plataformas de streaming se multiplicam, em número e na oferta de conteúdos, o Canal Hollywood acredita que a concorrência é sempre boa para o segmento, aumentando a qualidade dos conteúdos e dando ao consumidor um maior leque de opções. No entanto, e de acordo com Paulo Bénard Guedes, «a televisão por subscrição continua a ser o principal meio de chegar ao consumidor, não só pelo seu valor monetário, mas também pela sua enorme oferta de canais».

Nesse sentido, e face à competição das diversas soluções apresentadas pelos serviços de streaming, o mesmo profissional chama a atenção para as desvantagens do cliente. «Existem neste momento muitas opções no streaming mas, para conseguir aceder a todas, o consumidor tem de fazer um esforço financeiro considerável, o que limita o seu sucesso», afirma. O que leva a que um meio como o Canal Hollywood seja uma alternativa mais viável. Fazendo parte de uma oferta alargada «que fornece não só televisão, mas internet e comunicações, a televisão por subscrição está bastante saudável no nosso país e continuará a ser a opção número um da grande maioria dos consumidores», acrescenta o responsável do canal.

Esperando que o Canal Hollywood continue a ser a referência do cinema em casa para os portugueses por muito mais tempo, a produtora Dreamia reconhece a importância de uma comunicação assídua e próxima da audiência, procurando manter-se no top of mind dos portugueses como «a melhor oferta de cinema, sendo sempre a primeira opção quando querem ver um filme no conforto da sua casa». Nesse sentido, a aposta da marca assenta numa estratégia que «mistura campanhas de legacy, que garantem uma boa performance, com formatos mais inovadores, que pretendem manter a frescura da marca, ao mesmo tempo que nos diferenciam das ofertas concorrentes», complementa.

Para combater a fragmentação de audiências, provocada não só pelo aumento do streaming, mas também pelos canais especializados em cinema que surgiram em Pay TV, o Canal Hollywood tem investido igualmente em diversas acções especiais, que contribuem para que a marca seja uma referência. É o caso de “Palpites dos Óscares”, uma sondagem de opinião feita em Portugal sobre os Óscares, com mais de 10 mil participações em cada edição, ou o Hollywood in Concert que, na sua última edição, contou com mais de 3000 espectadores, assim como outras acções de marca que ajudam a refrescar a imagem do canal. Foi o caso do Natal à Hollywood, uma campanha com um conceito muito específico e alusivo à época, que, além de criatividade, contribuiu para o aumento das audiências em 25%, em comparação com o mesmo período no ano anterior.

PRESENTE E FUTURO

Desde 1996, o Canal Hollywood tem-se mantido fiel à sua filosofia, garantindo uma oferta cinematográfica variada e de qualidade, com as maiores estrelas de Hollywood e os mais conceituados realizadores. A interacção com o público português é, assim, uma acção constante e uma das principais estratégias do canal. Em 2022, o Canal Hollywood voltou a apostar num espaço original de produção própria, lançando o “Conversas à Hollywood”, um formato que entrevista actores e actrizes portugueses no âmbito pessoal e profissional, seguindo o famoso questionário de Proust. Diogo Morgado, Inês Castel-Branco, Pêpê Rapazote, Maria João Bastos, Anabela Moreira e Ana Bustorff foram algumas das personalidades que aceitaram partilhar as suas emoções e histórias pessoais no programa intimista, filmado numa sala de cinema, apenas na presença do protagonista e das perguntas expostas na tela de cinema.

Por outro lado, no último Comic Con Portugal, o canal marcou presença de forma original, através do “Canal Hollywood in Concert”, um espectáculo interpretado pela Lisbon Film Orchestra, que recriou o ambiente de diversos filmes emblemáticos – “Piratas das Caraíbas”, “Missão Impossível”, “Star Wars”, “Obi Wan Kanobi”, “Batman”, “Avengers”, “Capitão América”, “Harry Potter”, “Spiderman” e “Gladiador” –, fazendo soar algumas das melhores bandas sonoras de sempre no palco do evento.

Para a comemoração da época mais relevante para o mundo do cinema, que fecha sempre com a atribuição dos Óscares no Dolby Theatre, em Hollywood, o canal de cinema da Dreamia preparou, mais uma vez, três iniciativas: “Semana dos Óscares”, com a exibição de filmes vencedores de Óscares, “Palpites dos Óscares”, um passatempo para ganhar uma viagem a Los Angeles, e a “Festa dos Óscares, em parceria com a NOS, no Centro Comercial Colombo.

Para o futuro, a produtora vai focar-se «no refresh da marca e nas grandes estreias que estão previstas para 2023», complementa Paulo Bénard Guedes. Sobre as estreias que a audiência pode esperar, o mesmo responsável não satisfaz a curiosidade dos mais apaixonados por esta área, mas levanta uma ponta do véu: «Todos os meses temos grandes lançamentos e 365 filmes em estreia por ano, o que representa uma estreia por dia. Estamos constantemente em negociações com os nossos principais fornecedores para conseguir trazer para o Canal Hollywood filmes inéditos, isto é, filmes que nunca passaram na televisão por subscrição, e 2023 não será excepção. Fiquem atentos», conclui.

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Cinema e Cinema em Casa”, publicado na edição de Março (n.º 320) da Marketeer.