Portugueses com saúde agravada pela crise
Um estudo recentemente publicado pela Agência Europeia para a Saúde e Segurança no Trabalho mostra que 75% dos trabalhadores portugueses acha que as suas condições de saúde e segurança no trabalho se vão deteriorar com a crise económica, por comparação com os 61% de média nos 27 países da União Europeia. O mesmo estudo mostra que, 36% dos portugueses considera as condições de saúde no trabalho como um dos aspectos mais importantes para decidir se aceita um novo emprego.
A saúde ocupacional (ou a falta dela) aumenta o stress e a depressão, com repercussões directas no absentismo e na saída dos colaboradores da empresa. Na União Europeia, o absentismo por doença, acidente ou lesão teve em 1990 um custo total estimado entre 1.5% e 4% do PIB dos Estados-membros, pelo que estes pagaram pelo absentismo o equivalente médio à sua taxa de crescimento económico num ano normal. Em Portugal, o custo do absentismo foi equivalente a cerca de 600 milhões de contos. As 200 mil maiores empresas perderam 9.396 milhões de dias de trabalho resultantes de doença e acidentes de trabalho, em 1993. Estas perdas são equivalentes a 5.5% do total de dias de trabalho destas empresas. Portugal é o país da Europa com a mais elevada taxa de absentismo por doença. Em 2008, cada trabalhador faltou, em média, 11,9 dias por ano, quando a média europeia atingiu os 7,4 dias.
Portugal é ainda o país onde a percepção do trabalho como demasiadamente stressante mais cresceu, tendo esta percepção aumentado cerca de 25% em 2003, comparativamente ao ano de 1996.