7 em cada 10 consumidores nacionais espera uma experiência de compra mista
Os retalhistas continuam a investir em planos de digitalização, com 38% a dispor de uma estratégia de digitalização formal e activa, em conjunto com 28% que refere estar em fase de planificação, enquanto 7% afirma ter unificado os canais físicos e digitais. A conclusão é de um estudo da Adyen, plataforma global de tecnologia financeira.
A pandemia e, mais recentemente, a guerra na Ucrânia, reformularam o perfil dos consumidores e provocaram novas mudanças na forma como estes fazem as suas compras. Como consequência, os dados mostram que quase 6 em cada 10 portugueses não fazem compras tão frequentemente como costumavam, e que o número que tem poupanças subiu quase 10% face ao ano anterior, com 4 em cada 10 a admiti-lo.
Embora o ano passado se tenha registado uma maior adesão à loja física como consequência do alívio das medidas de restrição à Covid-19, 2022 espelha um regresso ao online, com apenas 39% a optar por comprar numa loja física face aos 60% de 2021. Ainda assim, os portugueses procuram uma maior flexibilidade nas suas compras, com 7 em cada 10 consumidores a preferirem uma experiência de retalho unificada, permitindo-lhes, por exemplo, comprar online e devolver em loja (63%).
«É importante observarmos as várias mudanças nos hábitos de compra dos consumidores, e comprovarmos que existe a procura por uma plataforma financeira com a flexibilidade necessária para apoiar e implementar uma verdadeira transformação. Num cenário de transformação digital, cada vez mais visível em Portugal, e no qual a Adyen se encontra empenhada e, ajudar os seus clientes a oferecem uma experiência phygital, podemos concluir que a optimização da viagem do cliente através da disponibilização de múltiplos canais de pagamento é já o objectivo de 82% dos retalhistas, um dado revelador e optimista num momento de particular incerteza económica», afirma, em comunicado, Juan José Llorente, country manager da Adyen para Portugal e Espanha.
O Retail Report da Adyen 2022 analisou ainda a distribuição das vendas dos retalhistas portugueses por canal. Os dados mostram que as compras online voltaram a ganhar terreno, sendo este o ambiente de compras preferido dos portugueses (61%). De entre os vários dispositivos, os smartphones (60%) e computadores (69%) encabeçam a lista de preferências, seguidos por 15% que recorrem a tablets para realizar as suas compras. Através deles, 7 em cada 10 inquiridos preferem fazer as suas encomendas nos websites das marcas, e 5 em cada 10 utilizam as respectivas aplicações de compras. As redes sociais são o canal menos utilizado.
Os portugueses reconhecem o esforço feito pelos retailers, com 94% a considerar que as marcas têm feito um bom trabalho na adopção de novas tecnologias. Já 8 em cada 10 retalhistas atribuem maior importância à disponibilização de novos canais digitais para o envolvimento do cliente e 6 em cada 10 considera que os assistentes de loja precisam de tablets ou dispositivos móveis para atender melhor os clientes e a possibilidade de implementar experiências digitais nas suas lojas.
Quando questionadas sobre quais as expectativas do setor para os próximos três anos, as empresas portuguesas mencionaram que os consumidores vão querer comprar cada vez mais em canais digitais (58%), que a instabilidade económica exigirá uma redução dos custos (67%) e que as lojas físicas serão demasiado caras para funcionar (54%).