Sabe o que é a Colangite Biliar Primária e por que deve estar alerta?

A Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado (APEF) está a promover uma campanha de sensibilização para o diagnóstico e tratamento precoces da Colangite Biliar Primária, uma doença crónica e silenciosa que atinge sobretudo as mulheres entre os 40 e os 60 anos.

A iniciativa surge no âmbito do Dia Internacional da Colangite Biliar Primária, que se assinalou no passado dia 11, mas vai decorrer durante o resto do mês. A acção é desenvolvida através das redes sociais da associação, com o objectivo de “alertar a população para esta doença, que se não for tratada precocemente, poderá evoluir para doença hepática terminal”, explica a APEF.

De acordo com a associação, os sintomas mais comuns que podem indiciar esta doença são fadiga e comichão na pele (prurido). Embora menos frequentes, existem também outras manifestações a ter em conta, tais como dor abdominal, escurecimento da pele e pequenas manchas amarelas ou brancas sob a pele ou ao redor dos olhos. Algumas pessoas apresentam também queixas de boca e olhos secos e dores nos ossos, músculos e articulações.

«A Colangite Biliar Primária é uma doença crónica que se manifesta pela inflamação nos ductos biliares do fígado, que são lentamente destruídos devido à acção inflamatória e que leva a criação de cicatrizes no fígado (fibrose). Em muitos casos, a doença mantém-se ligeira ou moderada, sem perturbações do funcionamento do fígado», explica José Presa, presidente da APEF. «Sendo uma doença progressiva, se não for tratada precocemente, poderá evoluir para cirrose e/ou doença hepática terminal, obrigando ao transplante de fígado. Apesar de não se conhecerem as causas exatas da doença, esta resulta, provavelmente, de uma reação autoimune», acrescenta.

Segundo a APEF, apesar de não ter cura, esta doença tem tratamento se diagnosticada atempadamente. Em Portugal, estima-se que existam entre 500 a mil casos de Colangite Biliar Primária.

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