Não é marketing para atrair visitantes: não pode (mesmo) aproximar-se da árvore mais alta do mundo
Diz-se que o fruto proibido é o mais apetecido e a exclusividade pode ser uma característica apelativa. As marcas de luxo que apresentam os seus produtos como quase inalcançáveis podem confirmá-lo. Mas nem sempre estamos perante uma estratégia de marketing: o Redwood National Park, nos Estados Unidos da América, por exemplo, não quer mesmo receber determinadas visitas.
Na base do problema está a Hyperion, considerada a árvore mais alta do mundo. Segundo o parque, localizado no estado da Califórnia, muitas são as pessoas que se dirigem a Redwood para contemplar a árvore de perto, mas a intensidade destas visitas e a falta de cuidado está a colocar em causa a saúde desta recordista.
Para tentar dissuadir os amantes da natureza, o parque decidiu instituir multas de cinco mil dólares (cerca de 4890 euros) a quem infringir as regras e aproximar-se da Hyperion. Além disso, os prevaricadores arriscam-se a até seis meses de prisão.
Com 115,92 metros de altura, a Hyperion é uma sequoia-vermelha que, acredita-se, terá entre 600 e 800 anos. Embora não faça parte de um trilho oficial, os visitantes do parque insistem em desviar-se do caminho para ver de perto esta árvore, ignorando as consequências ambientais.
“Apesar do percurso difícil, a popularidade crescente desta árvore fora dos trilhos devido a bloggers, escritores e sites de viagens resultou na devastação do habitat em torno da Hyperion”, explica o Redwood National Park. Isto porque, ao pisarem as raízes da Hyperion, os visitantes estão a degradar a base da árvore, tornando-a mais frágil.
“Enquanto visitante, deve decidir se quer fazer parte da preservação desta paisagem única – ou se fará parte da sua destruição”, sublinha o parque.