“Cérebro e Facebook” é nova teoria do “ovo e da galinha”
Se encara o tempo passado no Facebook como uma mera forma de se distrair, saiba que pode ser mais que isso. As horas passadas nesta rede social podem acrescentar massa cinzenta e uma densidade significativamente maior à parte do cérebro que está relacionada com as capacidades sociais. Ou, então, as pessoas com maiores áreas do cérebro para as capacidades sociais têm um número de amigos na rede social superior à média.
É este problema, que lembra o do “ovo e da galinha”, que investigadores da University College London (UCL) têm a braços, depois de terem descoberto a ligação entre a estrutura cerebral e a actividade no Facebook, adianta o Mashable.
O estudo, publicado em Proceedings of the Royal Society B, baseou-se em ressonâncias magnéticas feitas a um grupo de 165 adultos, a quem foi pedido que indicassem o seu número de amigos no Facebook. Na investigação não foi delineado o que é considerado “elevado”, ainda que seja feita referência ao número de Dunbar, que determina nos 150 o limite máximo de pessoas com quem um indivíduo é capaz de manter relações sociais estáveis.
O estudo salientou que aqueles com mais amigos no Facebook assumiam uma maior densidade de massa cinzenta na amygdala – área que era já conhecida por estar relacionada com o tamanho da rede social na vida real- , bem como noutras regiões, como a do córtex direito, que se encontra associado à memória.
«No seu conjunto, os resultados mostram que o número de contactos sociais declarados publicamente numa rede social de internet está associado, em grande parte, à estrutura de determinadas regiões do cérebro humano», concluem os investigadores.
É ainda, no entanto, prematuro adiantar de que forma a estrutura do cérebro e a actividade em redes sociais online estão relacionadas, garantiu ao The Guardian o professor Geraint Rees, director do Instituto de Neurociência Cognitiva da UCL.