«Os futuros CEO não serão financeiros, mas sim pessoas com background de marketing»
Pela oitava vez em 36 anos, o Instituto Português de Administração e Marketing está de cara lavada. Mais conhecido como IPAM, esta instituição de ensino superior sentiu a necessidade de renovar a sua identidade visual, dando-lhe uma roupagem mais moderna e distintiva, em linha com a evolução que tem vindo a sofrer ao longo das décadas.
Esta nova imagem surge acompanhada também de um novo posicionamento, “Marketing Leads Business”, que reflecte a preocupação do IPAM com as novas tendências do mercado: «Mantemo-nos fiéis às nossas origens, mas procuramos, assim, acompanhar toda a evolução e necessidades das empresas para o ciclo de crescimento a que vamos assistir nos próximos anos», explica Daniel Sá, director executivo do IPAM.
Em entrevista à Marketeer, o responsável conta ainda como é que estas mudanças se irão fazer sentir no dia-a-dia dos alunos que ingressarem no IPAM já no próximo ano lectivo. Alunos estes que serão o futuro do Marketing em Portugal e, quem sabe, os líderes das empresas de amanhã.
«As tendências nacionais e internacionais também nos mostram que os futuros CEO não serão mais financeiros, mas pessoas com background de marketing, por», sublinha Daniel Sá.
Acompanhe a entrevista na íntegra:
O que motivou esta mudança de imagem?
A caminho de celebrar 37 anos de história, no IPAM procurámos assumir um novo posicionamento para o futuro. “Marketing Leads Business” significa ir ao encontro das novas profissões, das novas tendências de gestão, do marketing enquanto abordagem principal de gestão das empresas e da expansão e fusão do mesmo com a tecnologia no mundo dos negócios. Mantemo-nos fiéis às nossas origens, mas procuramos, assim, acompanhar toda a evolução e necessidades das empresas para o ciclo de crescimento a que vamos assistir nos próximos anos. Temos, por isso, uma imagem mais moderna, alinhada com o que tem sido a evolução do IPAM nos últimos anos, como marca e instituição de ensino.
Desde sempre reconhecido como “The Marketing School”, o IPAM está centrado nas necessidades das sociedades. Nesse sentido, a nossa missão mantém-se, não se alterou, muito pelo contrário, foi apenas reforçada. Continuamos focados em formar profissionais para liderar num mundo que, cada vez mais, procura perfis multifacetados e criativos, mas analíticos; focados, mas versáteis; orientados para resultados, mas capazes de se adaptar; aptos a tomar decisões e a gerir pessoas.
Como foi desenvolvida?
Esta nova imagem resulta de um longo trabalho de 12 meses que envolveu dezenas de pessoas e diferentes stakeholders. Começámos por reavaliar o mercado nacional e internacional, quer no domínio académico, quer no empresarial.
A partir desta imagem, desenhámos a matriz estratégica para os próximos anos, auscultámos stakeholders internos e externos e, na fase final, avançámos para a parte criativa que nos deixou muito entusiasmados.
Que outras alterações estão subjacentes?
O IPAM é a maior e mais antiga escola de marketing do país – que já formou mais de 15.000 alunos – e mantém-se empenhada na missão de preparar os jovens para se tornarem profissionais de sucesso, líderes disruptivos, capazes de transformar os negócios e a sociedade através de uma visão de marketing.
Tem-no conseguido através de um modelo académico baseado no ensino imersivo e experimental, e do seu espírito visionário, revolucionário e inconformista.
São estes atributos que pretendemos reforçar com a nova imagem. Porque orgulhamo-nos, e muito, de ser a escola dos visionários.
Na prática, como é que os alunos que ingressarem no IPAM no próximo ano lectivo vão sentir esta mudança?
O primeiro impacto será, naturalmente, de carácter visual. Todos os touchpoints físicos e digitais irão reflectir esta nova imagem e posicionamento. Contudo, mais importante do que isso, esta evolução vai sentir-se com a expansão do nosso ensino de base de marketing cruzando-se, essencialmente, com a gestão, negócios e tecnologia. Nos próximos três anos, vamos lançar vários cursos, licenciaturas, mestrados e programas Executivos, em formato presencial e online, que vão reflectir esta nossa evolução.
De que forma é que a pandemia veio impactar o método de ensino do IPAM? Há mudanças que são para sempre?
Ao longo dos séculos, a economia, a indústria, a agricultura, a sociedade, a política, a saúde, a cultura, a tecnologia, e tantas outras áreas, sofreram diferentes revoluções que alteraram, com muito significado, os destinos do mundo e das pessoas. Apesar de todas as inovações, e de algumas experiências arrojadas, o ensino continuou a basear-se num modelo altamente conservador, em que tipicamente alguém transmite os seus conhecimentos a um grupo de aprendizes, num formato tipificado, para se avaliar no final a eficácia dessa aprendizagem.
Ora, o mundo mudou. Muito. Demasiado, nos últimos anos. As fronteiras, os países, as guerras, a medicina, o trabalho, as empresas, as famílias, as amizades, os relacionamentos, as políticas, a mobilidade, a habitação, a segurança ou a tecnologia. Claramente que vivemos hoje de uma forma diferente dos nossos pais. Que também eles já viveram de uma forma muito diferente dos nossos avós.
No Ensino Superior, a pandemia veio acelerar uma transição digital prevista para uma década que, acho, vai ter resultados muito expressivos em apenas dois ou três anos. No nosso caso, o nosso modelo académico – Experiential Learning Hyflex – que combina presença com distância física, veio para ficar, melhorando todo o processo pedagógico.
Quais são as perspectivas para o próximo ano lectivo?
São muito boas. Estamos ansiosos pelo regresso à normalidade dos nossos mais de 2.300 estudantes nos campus de Lisboa e Porto. A procura pelos nossos cursos tem sido excepcional e vários deles já esgotaram as vagas disponíveis. Vamos disponibilizar ainda novos programas executivos e vamos lançar dois novos Cursos Superiores Técnico-Profissionais (CTeSP): um em Gestão Comercial e Vendas e outro em Marketing Digital.
Em traços gerais, como se formam os marketeers do futuro?
No IPAM, acreditamos em moldar as pessoas para que se tornem líderes de negócios disruptivos, capazes de transformar os negócios e a sociedade através de uma visão de marketing.
Acreditamos, por isso, que os marketeers do futuro devem ter áreas de conhecimento de marketing expandido: digital, negócios, comunicação, RP, publicidade, negócios internacionais, vendas, liderança, tecnologia, data science, entre muitas outras.
Além disso, as tendências nacionais e internacionais também nos mostram que os futuros CEO não serão mais financeiros, mas pessoas com background de marketing, por forma a moldar as suas capacidades para enfrentar melhor um ambiente volátil e incerto, como o que vivemos actualmente.
Texto de Filipa Almeida