Confinamento piora competências motoras das crianças

Um estudo da Faculdade de Motricidade Humana mostra que o confinamento prejudicou as competências motoras das crianças. Citados pela Lusa, os investigadores responsáveis pela análise defendem que o efeito deve ser compensado com mais aulas práticas de Educação Física quando o regresso à escola for possível.

«Mesmo as crianças que estavam em percentuais mais altos e, portanto, não estavam tão mal a nível de competência motora, a seguir ao confinamento estavam bastante abaixo do esperado para a idade», revela Rita Cordovil, coordenadora deste estudo que avaliou crianças entre os seis e os nove anos após o primeiro confinamento do ano passado.

Em declarações à mesma agência noticiosa, indica que a capacidade motora das crianças foi medida antes e depois do confinamento com instrumentos que permitem conclusões factuais e sem subjectividade.

«Não sabíamos que vinha aí a Xovid e tínhamos estado a medir para outro estudo a competência motora deles e (…), quando as aulas reabriram, tivemos a sorte de conseguir voltar às escolas (…) e aplicar novamente os testes de competência motora», explica.

Segundo Rita Cordovil, a bateria de testes aplicada avalia a competência motora em três grandes grupos de movimentos: estabilizadores ou posturais, movimentos mais locomotores e movimentos mais manipuladores e de interacção com objectos.

Além da compensação com aulas práticas de educação física, Rita Cordovil defende ainda a abertura dos parques infantis: «Não me parece que haja evidência científica que apoie que eles devam continuar fechados e que sejam grandes focos de transmissão. São dos poucos espaços onde muitas das crianças nas cidades brincam hoje em dia e onde têm alguma estimulação motora.»

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