Com saudades do Musicbox e do Maus Hábitos? “Junta-te à fila para que o circuito não morra”

“Ninguém fazer nada por nós também mata”, ouve-se na campanha lançada hoje pela Circuito, nova associação que visa apoiar a sobrevivência de 27 salas de programação de música de diferentes pontos de Portugal. Sob o mote #aovivooumorto, a campanha conta com a participação de artistas bem conhecidos do público, como é o caso de Gisela João, Tomás Wallenstein (Capitão Fausto) ou Hélio Morais (Linda Martini e Paus).

O objectivo da campanha é chamar a comunidade artística e o público a juntarem-se numa manifestação marcada para o próximo dia 17, pelas 15h. O ponto de encontro muda consoante a cidade: Lux Frágil (Lisboa), Maus Hábitos (Porto), Carmo 81 (Viseu) e Sociedade Harmonia Eborense (Évora).

“Junta-te à fila para que o circuito não morra” é o pedido feito pela associação Circuito, num apelo para que o maior número possível de pessoas dê voz às dificuldades do sector. Neste caso em concreto, o foco vai para a importância das salas de espectáculos para a cena musical nacional – tal como já foram organizadas ações de sensibilização para o papel dos técnicos de eventos, por exemplo.

Segundo Gonçalo Riscado, director da CTL e do Musicbox, «estamos perante um circuito que é um dos pilares de todo o ecossistema da indústria da música. Se um pilar cai, todo o ecossistema desmorona». Para evitar essa derrocada, a Circuito propõe a implementação urgente de medidas de apoio e estratégias públicas de protecção e valorização do sector.

Entre as medidas sugeridas, consta a criação de um programa imediato de investimento nestas salas, válido até ser autorizada a retoma sustentável da actividade e que garanta a compensação do prejuízo mensal provocado pelos custos fixos de exploração das salas.

Daniel Pires, director artístico e fundador do Maus Hábitos, defende também «o reconhecimento destas 27 salas enquanto espaços de intervenção cultural e dos seus programadores como agentes culturais activos, responsáveis pela viabilização de espaços de experimentação e pelo papel insubstituível no lançamento dos novos talentos, encontrando-se na base do circuito e do panorama da música em Portugal».

A campanha que divulga a acção de protesto do próximo dia 17 é assinada pela agência Partners e conta com direcção criativa de Ivo Purvis e Gil Correia.

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