Investir e não só cortar
Nos últimos meses temos ouvido com muita insistência o verbo cortar. Corta aqui, corta ali, corta já, corta para o ano, corta nos custos, corta nas deduções, corta nos incentivos, corta em tudo…
É óbvio que temos de cortar em muita coisa. Temos de diminuir o peso do Estado, refrear investimentos em áreas e projectos não fulcrais, urgentes ou não estratégicos. Isso é claro.
Agora, também é claro que, sem aumentar a produtividade da economia e das empresas, apenas vamos adiando a queda no precipício. Apenas vamos aumentando a nossa carga, mas sem meta alguma.
É assim fundamental, que os FMI, UE, BCE, e os responsáveis máximos em Portugal, entendam que não é apenas asfixiando a economia, que ela alguma vez vai renascer. Pelo contrário, é preciso dar-lhe mais oxigénio.
É tomando as medidas necessárias para que os investidores, gestores e outros sintam confiança no futuro, e através de processos de mudança, de inovação, de marketing global, possam conduzir a economia para um novo rumo.
Também sou favorável a que a internacionalização é o caminho. Para aquelas indústrias em que faz sentido e que podem, esse é sem dúvida o caminho para o futuro e para o sucesso.
Mas não nos podemos esquecer do mercado interno. Esse também existe. Mais pequeno, com menor poder de compra, mas existe e tem de ser trabalhado, melhorado, e assim alvo de atenção e investimento.