Gonçalo Rebelo de Almeida: «Temos de encarar a crise como uma aprendizagem»

O que ficará depois deste “buraco negro” do novo coronavírus? Que marcas iremos ter? E como é que passarão a estar e a comunicar? Não sendo possível qualquer previsão clara e certa, fomos, contudo, tentar perceber de que forma é que algumas das maiores empresas e marcas em Portugal estão a reagir e como esperam sair do momento mais crítico de todos os tempos, a nível mundial. Vamos todos dar a volta?

Gonçalo Rebelo de Almeida, administrador da Vila Galé

O que está a ser feito, neste momento, para que a sua marca não perca relevância? E depois deste “buraco negro”, a sua marca será a mesma?

A pandemia da Covid-19 obrigou-nos, tal como à maioria das empresas, a actuar em várias frentes em simultâneo. Desde logo, garantir a segurança e bem-estar de todos os clientes e colaboradores com reforço das medidas de higiene nos hotéis Vila Galé. Optámos por encerrar a maioria das unidades em Portugal e no Brasil, mantendo apenas a funcionar algumas com localizações estratégicas para acolher sobretudo quem tinha de se deslocar por questões laborais e para profissionais de saúde. Logo no primeiro momento, avançámos com o teletrabalho em todas as funções que o permitiam. E disponibilizámo-nos para ajudar com ofertas de alojamento a médicos, enfermeiros e forças de segurança ou fornecendo refeições.

Ao longo deste complexo processo, estivemos sempre em contacto, com todas as equipas alinhadas e conscientes que somos todos precisos para ultrapassar esta crise. Através de todos os canais disponíveis (telefone, site, emails, redes sociais, newsletters), mantivemos o apoio e o contacto com os clientes, facilitámos o cancelamento de reservas e flexibilizámos as alterações para novas datas. Quisemos também partilhar mensagens de esperança, principalmente através das redes sociais, estar presentes e conectados, numa altura em que a palavra de ordem era ficar em casa. Criámos e partilhámos conteúdos para famílias, para entreter as crianças, para praticar exercício, para experimentar receitas e até conselhos para relaxar. Tudo com base no conhecimento e experiência dos nossos colaboradores das várias áreas.

Ao mesmo tempo, a nossa ideia foi sugerir às pessoas que continuassem a “viajar” e a sonhar, mas sem sair do mesmo sítio, por exemplo através de vídeos 360º e de experiências mais interactivas. E esta é a mensagem mais importante: manter a esperança e a capacidade de ver para lá do tal “buraco negro”.

A crise está a ser dura e sabemos que será longa e desafiante. Mas temos de encará-la também como uma aprendizagem. Sendo a Vila Galé uma empresa e uma marca com mais de 30 anos, seremos capazes de resistir e transformar as adversidades em oportunidades. Estamos já a apostar em novas formas de negócio, como o serviço de take away nos hotéis Vila Galé Ópera e Vila Galé Porto. Mais projectos virão.

Queremos inovar, estar ainda mais próximos dos clientes – ou não fosse “Sempre perto de si” o nosso lema -, comunicar de forma diferente, melhorar procedimentos, fortalecer as nossas capacidades, ser ainda mais sustentáveis e estar melhor preparados para o futuro. Portugal continua aqui, com tudo o que tem de maravilhoso, a começar pelos portugueses. Juntos, voltaremos a prosperar.

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