Matemática serve de inspiração para a nova vida da C2 Capital Partners

C2 Capital Partners é a nova designação da sociedade de capital de risco que, até aqui, se apresentava como Capital Criativo. A aposta numa nova marca e numa nova imagem pretende assinalar o início de uma nova etapa, mais focada na diversificação de investidores incluindo a captação de investidores institucionais internacionais.

Experience raised é, a partir de agora, a assinatura da sociedade, que procura traduzir o capital, não só de investimentos, mas sobretudo de experiência acumulada que os sócios e a equipa foram angariando ao longo de mais de uma década de actividade.

O processo de rebranding permite, ainda, ao internacionalizar o nome, facilitar a comunicação com o mercado e amplificar o sinal do radar na captação de investidores, incluindo estrangeiros.

«Pensamos que ajuda ter um nome internacional, mais simples e directamente relacionado com a indústria de private equity. É mais fácil de pronunciar e reter, o que é uma vantagem tanto na captação de investidores internacionais como nacionais», comenta Beatriz Sousa Rocha, associada da equipa de investimentos que esteve muito envolvida neste processo de rebranding.

O projecto de rebranding da marca esteve a cargo da agência 9. A agência salienta que o resultado final foi conseguido pelo trabalho de uma equipa coesa cliente-agência, tendo sido estudados vários benchmarks internacionais e feitas várias entrevistas com stakeholders internos. Foi, então, decidida uma estratégia de evolução substancial da marca de forma a poder crescer dentro do seu negócio e do novo mundo digital, mas mantendo uma parte da sua identidade base, da sua génese já reconhecida.

Foi encontrada uma linha condutora de pensamento, a que a agência chamou a estratégia C. «Criativamente, a ideia consistiu no conceito de construção de uma marca que é agora composta por várias peças em representação dos seus valores. A conjugação entre o C e o 2 é semelhante à da elevação matemática, ou seja, neste caso, C x C», explica a agência.

«Muita gente já nos conhecia, abreviadamente, por CC e a ideia da C2 é, justamente, alargar e potenciar o significado do C, reflectindo a nossa evolução nos últimos 10 anos. Podem ser várias as representações, quem nos conhece saberá identificá-las e escolhê-las melhor. Na nossa interpretação, ao fim de 10 anos podem representar coisas muito diferentes, como consolidação, conhecimentos, consistência, crescimento, confiança. Para além de capital, obviamente», explica Beatriz Sousa Rocha.

Em torno da imagética foi criado todo um universo de detalhes inspirado na matemática de suporte ao conceito. A quadrícula, os elevados, as multiplicações, entre outros, explica a agência.

A C2 Capital Partners foi fundada em 2009, tem cerca de 430 milhões de euros sob gestão e participações no capital de 25 empresas e 15 activos dos mais diversos sectores de actividade.

C2 partners
Gonçalo Gil Mata, Nuno Gaioso Ribeiro, André Oliveira e Pedro Figueiredo, sócios da C2 Capital Partners

Nuno Gaioso Ribeiro, sócio fundador da C2 Capital Partners, explicou à Marketeer os motivos da mudança de designação e as motivações que lhe estiveram subjacentes.

Porque é que foi decidido ser este o momento certo para mudar a designação e respectiva imagem da C2 Capital Partners?

Passados 10 anos desde a constituição da sociedade gestora, entendemos que tínhamos percorrido um caminho no mercado nacional – de levantar capital junto de investidores, de investir em empresas portuguesas e ajudá-las a crescer, de alguns desinvestimentos com bons resultados –, que nos trazia uma responsabilidade e, ao mesmo tempo, uma oportunidade. A responsabilidade de interagir com maior recorrência perante um conjunto cada vez maior de investidores, empresas, colaboradores, reguladores, etc. E a oportunidade de levantar capital junto de investidores institucionais internacionais, não só no mercado nacional. Começámos a planear a mudança em Setembro do ano passado, estávamos longe de imaginar fazê-lo no meio de uma crise desta dimensão, mas decidimos fazê-lo na mesma. É um pequeno sinal de que a vida continua.

 

“Experienced Raised” é a nova assinatura. É também aquilo que mais diferencia esta C2 Capital Partners da Capital Criativo criada há uma década?

Com toda a certeza. Embora muitos dos sócios e dos colaboradores trabalhem nesta indústria há mais anos, também existe um histórico, um capital de experiência, que é criado pela organização como um todo, que pertence já à sociedade gestora e não apenas às pessoas. Isso é muito importante pois a nossa experiência já não é só aquilo que o Gonçalo, a Ana, o Pedro, a Alice, o André, a Beatriz, a Mariana ou o Nuno tinham feito ao longo da sua vida profissional – e quando começámos era assim -, passa também a ser aquilo que a C2 fez durante este período e que define a sua identidade, como se de um curriculum se tratasse.

 

Antevê-se uma nova crise económica, talvez a maior e mais global. AC C2 Capital Partners está munida do talento de que precisa para o que está para chegar?

O escritor francês Gustave Flaubert disse um dia que o “talento é paciência sem fim”, ou seja, que o talento resulta de um esforço prolongado – e nós não podíamos concordar mais. Por isso, o talento faz sempre falta nas organizações e estamos permanentemente à procura de pessoas ou para fazer novos projectos ou para fazer melhor algumas das nossas coisas que fazemos hoje. Dito isto, a nossa equipa está concentrada em apoiar as empresas onde investimos, sendo que muitas estão quase sem actividade comercial, principalmente nos sectores do turismo, da restauração, da hospitalidade e dos eventos, onde investimos muito durante estes últimos anos e onde a recuperação vai ser, certamente, lenta. Mas não deixaremos de continuar a investir como sempre fizemos. Costumamos dizer que nascemos em 2009, no meio de uma crise que se arrastou até 2014; portanto, quase metade da história da C2 foi construída durante uma conjuntura económica muito difícil. Assim será nos próximos tempos e na nossa opinião o modelo de negócio que nos tem caracterizado é totalmente ajustado para superar momentos como estes: apoiar as empresas portuguesas, com capital e com essa nossa pequena experiência, a retomarem actividade e a crescerem.

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