Internet é a melhor amiga da quarentena: como seria trabalhar e estudar em casa sem Wi-Fi?
Como seria ficar em casa de quarentena há alguns anos, quando a internet não era tão acessível como é hoje? Segundo o relatório “Being Digital Evolving Through Crisis” da Publicis Groupe Lighthouse, a maioria das actividades realizadas durante o confinamento envolve a utilização de internet: desde o trabalho remoto às aulas à distância, passando pelo consumo de séries e filmes e pelas videochamadas com amigos e familiares. Há ainda que considerar as sessões de exercício físico digitais e as receitas pesquisadas em blogs, por exemplo.
Dormir e limpar a casa estão entre as poucas actividades do dia-a-dia em tempo de COVID-19 que não requerem Wi-Fi ou dados móveis. O mesmo relatório indica que 3,7 milhões de portugueses estão em casa sem trabalhar, 2,2 milhões estão em teletrabalho e 1,8 milhões continuam a sair de casa diariamente em direcção aos respectivos empregos.
O facto de os portugueses passarem mais tempo em casa estará a mudar a forma como a internet é vista, bem como o seu papel. A Publicis Group Lighthouse indica que a informação, por exemplo, ganhou mais peso, a par do entretenimento e das formas de comunicação. Sem possibilidade de sair de casa para ir a um concerto com amigos, a internet apresenta-se como a alternativa possível.
No que à comunicação diz respeito, o mesmo relatório dá conta de um aumento de 80% nas videochamadas realizadas via WhatsApp, Skype ou serviços similares (dados da Meo).
Junta-se ainda o factor conveniência: com os escritórios, lojas e outros espaços físicos de portas fechadas, os portugueses encontraram na internet uma forma de continuarem a trabalhar, aprender e comprar.
Olhando para o futuro, a Publicis Groupe Lighthouse considera que existem quatro tendências ou lições a ter em consideração:
1 – Crises são momentos de verdade para uma marca. Há alturas em que o propósito, os valores e os compromissos, mas também a agilidade, criatividade e espírito de uma marca são colocados à prova;
2 – Haverá um “depois”. Todas as crises chegam ao fim, garante a agência. Embora não saibamos quando esse fim chegará, é preciso adaptarmo-nos ao contexto actual e preparar o futuro;
3 – As coisas serão diferentes depois da crise. Todas as mudanças já em curso, tanto a nível da atitude como do comportamento, vão provocar novas necessidades e prioridades. E também novas oportunidades;
4 – Se falharmos na preparação, estamos a preparar-nos para falhar. Segundo a Publicis Groupe Lighthouse, esta é uma verdade em tempos normais e tornar-se ainda mais importante durante uma crise.