Portugueses estão a consumir menos
A semana em que assinalou a fase de mitigação da Covid-19 traduziu-se numa quebra das compras de bens de consumo dos lares portugueses.
Registou-se, então, na semana de 23 a 29 de Março, um volume de vendas de 206 milhões de euros, uma quebra de 6% face ao período homólogo de 2019 (12,5 milhões de euros) e uma quebra de 12% em relação à semana anterior. Os dados são da quarta edição do barómetro semanal da Nielsen sobre o impacto da pandemia.
Ainda assim, nesta semana 13, os produtos alimentares cresceram, contrariando a quebra generalizada verificada no retalho alimentar. Por sua vez, os frescos apresentam um decréscimo, mas este é inferior à média do total do mercado.
«O facto de os portugueses estarem agora confinados nas suas casas altera alguns dos seus hábitos e rotinas diárias. No caso da Alimentação, muitas das refeições passaram a ser confeccionadas e consumidas em casa. Tomar o pequeno-almoço e o lanche em casa e fazer petiscos e sobremesas levou a um forte dinamismo de algumas categorias, que surgem agora no topo dos maiores crescimentos, como as Bebidas Quentes (+38%) e as Sobremesas/Doces (+30%)», explica Marta Teotónio Pereira, Client Consultant Senior da Nielsen.
Verifica-se ainda que os portugueses estão mais predispostos a cozinhar em casa, dado que o retalho alimentar perdeu, neste período, mais de 70% em Take-Away/Cafetaria face à semana homóloga.
Entre os Frescos, apesar dos decréscimos em algumas categorias, há segmentos em crescendo (como os citrinos ou curgetes) que a Nielsen afirma prenderem-se com uma maior procura em defender o sistema imunitário e cozinhar mais em casa.
Mantém-se também a preocupação com a higiene, saúde e limpeza do lar, registando-se crescimentos significativos em Acessórios de Limpeza (+44%), Limpeza do Lar (+20%), Cuidados de Saúde (+9%), entre outras categorias.
As categorias com maiores quebras reflectem a situação de confinamento dado que os decréscimos verificam-se nos Produtos Solares (-85%), os Produtos para Calçado (-52%) e os Perfumes (-51%).
«A evolução das categorias de FMCG não deixa dúvidas de que os portugueses se mantêm em casa e que se estão a adaptar à vida em quarentena, procurando já produtos que os fazem sentir melhor em casa. Será interessante acompanhar tendência das próximas semanas que, para além de continuar a refletir a vida em quarentena, dará indicações sobre a tendência da Páscoa em 2020», afirma Marta Teotónio Pereira.
Destacar ainda, em sentido inverso, o e-Commerce continua em crescendo, aumentando as ocasiões de compra (+77%) e de captação de lares (+75%).
A Nielsen afirma que o período em análise diz respeito à quinta de seis etapas assinaladas pela empresa: vida com restrições.