Cable & Wireless Jamaica seduz Sara Martins de Oliveira
Depois de ter estado na Direcção de Marca do Grupo Vodafone desde 2015, Sara Martins de Oliveira anunciou, no Verão de 2019, a sua saída da operadora no final desse ano assim que estivesse concluída a revisão de agências. «A pedido do Grupo ainda fiquei a colaborar ate ao final do mês de Outubro», recorda. A decisão prendia-se com um desafio que havia sido proposto ao marido, Luís Prata. «A decisão de viver na Jamaica deveu-se a uma oportunidade na carreira do meu marido que também nos permitiu voltar a reunir a família no mesmo pais. Foi um passo planeado – após cinco anos com viagens semanais Londres – Lisboa, tínhamos decidido que o nosso próximo passo seria para voltar a viver juntos enquanto família», explicou Sara Martins de Oliveira à Marketeer.
Apesar de deixar uma função na Vodafone que a realizou e que desempenhou com sucesso, a questão familiar pesou mais, daí que a decisão de mudar para a Jamaica tenha sido natural.
«Consegui tirar uma breve sabática, aproveitando para explorar a ilha e dedicar-me a outras paixões que estavam ´adormecidas´ por falta de tempo e disponibilidade. Entre outras actividades, retomei o desporto (diário) e integrei um clube de leitura», conta. E foi assim que foi convidada, em Fevereiro deste ano, para fazer parte do Board da organização RISE na Jamaica. Trata-se, explica, de «uma organização sem fins lucrativos, muito conceituada na ilha, cuja missão é ajudar comunidades e jovens desfavorecidos em parceria com a Comissão Europeia e com o Ministério da Saúde da Jamaica». Aceitou o convite «com muito entusiasmo», uma vez que quer contribuir com as suas competências para um projecto com impacto social e comunitário, explana.
Desde o início do mês de Março, a profissional assumiu o cargo de Senior Marketing Director da Cable & Wireless, empresa do Grupo Liberty Latin America. Nestas funções é responsável pelos mercados da Jamaica, Bahamas e Ilhas Caimão. Acumula ainda um lugar como membro da Comissão Executiva da Cable & Wireless Jamaica.
Sara Martins de Oliveira garante que é um lugar único, uma vez que tem assento na Comissão Executiva da Jamaica e em simultâneo tem a responsabilidade da região Norte das Caraíbas com reporte à sede da C&W em Miami. «Abracei este desafio com grande entusiasmo e dedicação com o objectivo de contribuir com um plano estratégico e de actividades para a continuidade do crescimento e desenvolvimento do negócio. Estar baseada na Jamaica é uma grande vantagem, pois sendo o principal país e estando dentro da operação, permite rapidamente transformar best practices em práticas regionais.»
Definindo-se como profissional de marketing e de gestão de negócio e acreditando que essas valências são aplicadas a qualquer indústria, a profissional que estava há sete anos na indústria de telecomunicações considera natural ter permanecido na mesma área. Até porque, lembra, acompanhou «grandes transformações, exemplos da convergência em Portugal e do lançamento da plataforma Internet of Things (IoT) a nível global». A portuguesa eplica que dadas as evoluções tecnológicas e sendo exigida uma aprendizagem constante e muito rápida num negócio que é muito dinâmico, fez-lhe sentido continuar na área. «São factores que mantêm uma adrenalina saudável no dia-a-dia e que eu aprecio.»
Começar em época de Covid-19
E adrenalina não tem faltado. Ou não se tivesse dado o caso de Sara Martins de Oliveira ter iniciado funções na semana anterior ao “work from home” na Jamaica. «Tive dois dias de interacção presencial com a minha equipa na Jamaica e com os meus colegas de Comissão Executiva. Só conheço virtualmente a equipa das Bahamas e das Ilhas Caimão, tal como os restantes colegas (pois ficámos logo a trabalhar remotamente)», conta lembrando que este é um momento único na sua carreira.
Mas, explana, «sendo as telecomunicações tão essenciais à sociedade, agora, ainda mais do que nunca, dediquei-me desde o primeiro dia a desenvolver iniciativas para que o consumidor esteja conectado ao seu emprego, à sua família, aos seus amigos; para que as crianças possam ter aulas remotas, etc.», enumera.
Acredita, ainda assim, que a experiência no sector e o suporte da sua equipa e dos seus colegas resultaram numa transição positiva. «Certamente que após esta crise a sociedade estará mais digitalizada do que nunca.» A profissional acredita que com os tempos difíceis que já se sentem, os planos e iniciativas serão ajustados, uma vez que a sociedade e os consumidores terão necessidades diferentes às quais terão que ter resposta.
Texto de Maria João Lima