Itália ou EUA? No Caffè di Marzano não é preciso escolher

Chegar ao Caffè di Marzano é embarcar numa viagem sem sair do mesmo lugar. Passar a porta do número 32 do Largo Rafael Bordalo Pinheiro, em Lisboa, é deixar para trás a capital portuguesa (ainda que a porta de vidro não deixe esquecer a cidade onde estamos) e entrar num café de Itália… ou num diner americano. Dependendo da hora a que isto acontece, o menu que nos é apresentado vai também variando.

O irmão mais novo da pizzaria Valdo Gatti conta com três cartas diferentes, cada uma dela com horários específicos. Se ao almoço e ao jantar as propostas são tipicamente italianas, ao pequeno-almoço a história é outra.

E foi precisamente o pequeno-almoço que decidimos experimentar, por ser uma proposta mais inusitada. É que, nas primeiras horas do dia, o Caffè di Marzano vai buscar inspiração a Nova Iorque. Não faltam, por isso, panquecas, ovos ou smoothies. No entanto, também foram incluídas sugestões made in Itália, como é o caso dos cappuccinos ou das focaccias – cuja massa é fermentada no Valdo Gatti e chega, todas as manhãs, de bicicleta ao café.

Começámos, justamente, por provar o cappuccino (possivelmente, um dos melhores de Lisboa) e o latte curcuma, ideal para quem quer um toque de cor ao acordar: de tons amarelos, esta bebida deve a sua cor a um dos ingredientes que mais popularidade tem ganho nos últimos tempos devidos às propriedades antioxidantes.

Aos pratos chegam, depois, os ovos escalfados Royale, com salmão fumado, mas também poderiam ser com espinafres ou até abacate. A gema no ponto e o molho holandês a não defraudar as expectativas. Logo ao lado, surgem em cima da mesa também os ovos no forno com tomate, cogumelos e espinafres, uma opção menos entusiasmante mas que pode ser ideal para quem procure um pequeno-almoço mais reforçado.

Os copos voltam, agora, a ser atestados com um latte chai, repleto de especiarias como canela ou cardamomo, e um sumo de pêra e frutos do bosque. Esta última é uma opção mais fresca e que deixa antever que a carta de sumos também deve ser explorada numa próxima ocasião.

A segunda ronda deste brunch improvisado (o Caffè di Marzano não tem menus pré-definidos de brunch mas facilmente se constrói uma refeição deste tipo, em modo DIY) envolve focaccia com tomate, basílico e mozarela, que começa a derreter com o calor deste pão italiano. Muito bem recheada, foi uma das surpresas da refeição.

Para terminar com uma nota mais doce (talvez até ligeiramente doce demais), eis que nos são entregues panquecas com mirtilos e uma french toast – diferente das nossas rabanadas por não ser frita em óleo. A acompanhar, café orgânico das Honduras, a sugestão do dia e que encaixou na perfeição. O café é um dos destaques do Caffè di Marzano, que estabeleceu uma parceria com a portuguesa Olisipo Coffee Roasters (que torra o café localmente).

Texto de Filipa Almeida

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