CBD pode revolucionar o mercado de Bens de Consumo
O mercado de Canabidiol, mais conhecido como CBD, poderá ascender a entre 2,25 e 2,75 mil milhões de dólares (entre 2 e 2,5 mil milhões de euros) já este ano. A previsão é da Nielsen e diz respeito ao mercado norte-americano, onde a venda de produtos à base desta substância é legal em alguns estados – desde que cumpra um conjunto alargado de requisitos.
De acordo com a Nielsen, citada pelo Food Business News, a projecção leva já em consideração possíveis decisões negativas da Food and Drug Administration (FDA) e outros obstáculos. A venda de produtos à base de CBD ainda se encontra numa espécie zona cinzenta nos Estados Unidos da América, especialmente devido à origem da substância.
O CBD pode ser utilizado em óleos ou outros produtos para aliviar dores musculares, reduzir a inflamação da pele ou pôr fim ao stress, entre outros. Pode ser extraído das folhas, flores e talos da marijuana ou do cânhamo. E é aqui que reside o problema.
O estudo da Nielsen aponta apenas ao CBD com base na planta do cânhamo, mais produzida para fins industriais e que se distingue por ter níveis reduzidos de THC (substância psicoactiva) quando comparada com a marijuana. Tanto cânhamo como marijuana são da família da canábis, mas apenas a primeira planta é vista com bons olhos para fins medicinais.
Ainda assim, apesar da controvérsia, Rich Maturo, vice-presidente da unidade de Canábis da Nielsen, acredita que «na próxima década, o mercado de CBD à base de cânhamo tem o potencial para revolucionar a indústria do retalho e dos Bens de Grande Consumo».
Bebidas, cápsulas e até gomas com esta substância deverão proliferar ao longo dos próximos anos, de acordo com a Nielsen. Caso a FDA reconheça o CBD como substância segura (GRAS – Generally Recognized As Safe), a base de consumidores de produtos comestíveis poderá aumentar entre 250 e 375% em apenas um ano.
A Nielsen considera que há especial potencial no desenvolvimento de bebidas energéticas, águas funcionais e opções na categoria dos cafés e chás. Embora ainda seja um negócio muito online, também se prevê um aumento no número de lojas físicas.