Facebook ataca conteúdos manipulados
Sabendo que as pessoas partilham milhões de fotografias e vídeos no Facebook todos os dias, a empresa liderada por Mark Zuckerberg decidiu reforçar as suas políticas no que à manipulação de conteúdos diz respeito. Segundo o Facebook, existem diferentes graus de manipulação: por um lado, há os vídeos que são alvo de alterações para se tornarem mais nítidos ou os áudios cujo som é melhorado; por outro, há conteúdos que são enganadores.
“Deepfakes” é a expressão utilizada pelo Facebook para descrever os conteúdos que pretende combater. Resultam de alterações com base em tecnologias como o Photoshop ou ferramentas mais sofisticadas com recurso a Inteligência Artificial, que podem distorcer a realidade. “Embora estes vídeos ainda sejam raros na Internet, eles apresentam um desafio significativo para a nossa indústria e sociedade à medida que a sua utilização aumenta”, escreve o Facebook no seu site.
Investigar comportamentos suspeitos de contas falsas, formar parcerias com universidades, governos e indústria fazem parte das novas medidas anunciadas pela rede social. “Colaboração é chave”, afirma o Facebook, acrescentando que está em contacto com mais de 50 especialistas a nível global.
Em termos práticos, são dois os critérios que levarão o Facebook a remover conteúdos: se tiver sido editado além de ajustes relacionados com clareza e qualidade, de tal forma que possa levar alguém a acreditar que o protagonista do vídeo diz palavras que não diz na realidade; e se for produto da utilização de Inteligência Artificial ou Machine Learning para a substituição ou sobreposição de conteúdos no vídeo, fazendo com que pareça ser autêntico.
Paródias e sátiras ficam de fora destas novas regras, garante o Facebook. Vídeos que tenham sido editados somente para omitir ou alterar a ordem de palavras também ficam a salvo.
O Facebook sublinha ainda que as políticas anteriores mantêm-se. Isto significa que, manipulados ou não, vídeos que exibam nudez, violência gráfica ou discurso de ódio, por exemplo, não serão tolerados.
Acordo com a Reuters
Em linha com este esforço de reduzir a proliferação de conteúdos amplamente (e maliciosamente) manipulados, o Facebook estabeleceu também uma parceria com a Reuters. O objectivo é ajudar redacções de vários pontos do planeta a identificar “deepfakes” através de um curso online de acesso gratuito.
“Organizações noticiosas dependem cada vez mais de terceiros para grandes volumes de imagens e vídeos e identificar conteúdos manipulados é um desafio significativo”, escreve o Facebook.