Gigantes tecnológicas criam padrão para dispositivos inteligentes
São rivais, mas estão a trabalhar em conjunto no desenvolvimento de uma linguagem comum para dispositivos inteligentes. Apple, Google e Amazon querem tornar este tipo de equipamentos mais seguros e fáceis de usar, promovendo a sua massificação, segundo adianta a Bloomberg.
As três gigantes tecnológicas anunciaram estar a trabalhar com a Zigbee Alliance, fundação responsável por estabelecer os padrões para a Internet das Coisas, e com os respectivos membros – nomeadamente, Samsung, Somfy e IKEA. Desta colaboração deverá resultar uma linguagem que garantirá que os dispositivos das diferentes marcas conseguem ligar-se e funcionar entre si.
Nick Sathe e Grant Erickson, da Google, explicam que, apesar de praticamente todas as partes da casa estarem, hoje, ligadas à internet, ainda não existe um padrão transversal a toda a indústria no que à conectividade diz respeito. Num texto publicado no blog da tecnológica, os dois engenheiros da Google Nest sublinham a confusão e frustração que esta falha pode gerar nas pessoas.
“Connected Home over IP” é o objectivo desta aliança, uma espécie de linguagem única com base no Internet Protocol (IP). No caso da Google, o contributo passa pela cedência das tecnologias Weave e Thread.
«Programadores e consumidores beneficiarão deste novo padrão de conectividade universal para as casas inteligentes», indicam Nick Sathe e Grant Erickson. No caso dos programadores, simplifica o desenvolvimento e reduz custos. Para os consumidores, a principal vantagem estará na possibilidade de escolher como controlar as suas casas, independentemente da tecnologia que seleccionarem. «Os dispositivos para casas inteligentes serão compatíveis com várias plataformas, por isso, poderão escolher entre Google Assistant, Amazon Alexa, Apple Siri ou outras plataformas.»
A Bloomberg alerta, porém, para potenciais questões de privacidade. Embora a nova linguagem padrão seja apresentada também como uma forma de dar mais segurança aos consumidores, a agência noticiosa lembra que as tecnológicas recolhem dados cada vez que alguém liga uma luz através de uma coluna inteligente, por exemplo. Ao levar um número maior de diferentes dispositivos para o lar, aumenta também o número de companhias com acesso a estes dados.
O “Connected Home over IP” deverá estar finalizado e pronto para ser apresentado ao mercado até ao final de 2020.