Sindicato dos Jornalistas opõe-se ao negócio Cofina/Media Capital

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) apresentou formalmente a sua posição relativamente à compra da Media Capital por parte da Cofina. O sindicato anuncia ter comunicado à Autoridade da Concorrência (AdC) a sua opinião desfavorável ao negócio, constituindo-se como parte interessada da operação, “uma vez que é uma entidade que defende os interesses legalmente protegidos dos seus associados, que podem vir a ser afectados por esta operação de concentração”.

De acordo com o Sindicato dos Jornalistas, são seis os riscos associados ao negócio, incluindo o agravamento da concentração dos media e o potencial controlo absoluto do mercado de trabalho – o que poderá levar ao condicionamento da liberdade de expressão e de emprego. Existirá ainda o risco de degradação das condições de trabalho dos jornalistas e do alastramento de práticas de desregulação e desrespeito pelo trabalho.

O Sindicato dos Jornalistas aponta também para a possibilidade de domínio hegemónico do mercado de publicidade, para o agravamento da tendência do actual patronato se apropriar das criações dos jornalistas e para o receio dos jornalistas de que possam ocorrer alterações nas publicações abrangidas pela concentração.

“O SJ assinala que, por norma, e lamentavelmente, este tipo de fusões tem-se traduzido em cortes de pessoal e emagrecimento de redações”, afirma a organização, alertando para o potencial impacto da fusão de vários órgãos de comunicação social “na pluralidade e na qualidade da informação, podendo comprometer a liberdade de imprensa, um dos pilares da Democracia”.

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