Impacto do imposto sobre o açúcar já se faz sentir

Em vigor desde 1 de Fevereiro, o imposto sobre o açúcar já tem consequências visíveis. De acordo com a Nielsen, no período quadrissemanal que se seguiu à implementação do imposto, verificou-se um aumento de 10 cêntimos no preço médio da categoria referente a soft drinks. Além disso, também as vendas em volume caíram 13,1%, cenário que se manteve nos períodos seguintes.

Relativamente ao primeiro semestre do ano, regista-se um decréscimo de 6% nas vendas em volume deste tipo de bebidas face ao período homólogo de 2016. Contudo, o aumento de 14% nos preços provocou uma subida de 13% nas vendas em valor.

Sumos sem gás diluídos e colas estão entre os segmentos que mais foram afectados: quebras de 15,7% e 13,6% nas vendas em volume, respectivamente. Já os preços aumentaram 31,2% no primeiro caso e 21,3% no segundo, indica ainda a Nielsen.

Mas o imposto sobre o açúcar não é a única razão apontada, ainda que possa ter tido um peso significativo. Também a preocupação com saúde influencia a compra de soft drinks. Um inquérito online levado a cabo pela Nielsen revela que 60% dos consumidores admite estar atento aos valores de açúcar presentes na tabela nutricional de refrigerantes. Mais: 50% sabe mesmo a quantidade de açúcar ingerido em cada bebida.

Em sentido oposto aos refrigerantes, estão os néctares e sumos 100%, com crescimentos de 4 e 27%, respectivamente, no primeiro semestre. Para Margarida Baptista, cliente consultant senior na Nielsen, «este crescimento comprova que existe uma procura real e significativa por bebidas mais saudáveis e menos calóricas, que vêm reforçar o efeito provocado pelo aumento do imposto sobre o açúcar».

A mesma responsável considera que, perante esta nova realidade, «as marcas devem estar disponíveis para acompanhar a procura, oferecendo opções mais saudáveis e com menor teor de açúcar».

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