85% da Geração Z prefere gastar dinheiro em experiências do que em bens materiais

A Geração Z está a transformar os hábitos financeiros e de consumo: são nativos digitais, utilizam as redes sociais como ferramenta de decisão, exigem produtos que correspondam aos seus valores e preferências sociais e ambientais e estão (muito) preocupados com a sua segurança financeira.

O relatório “Generation Z: Shaping the Future of Consumer Trends”, da Oliver Wyman, oferece informações sobre as características, preferências e comportamentos da Geração Z (pessoas nascidas entre meados da década de 1990 e o início da década de 2010) e fornece orientações práticas para empresas e profissionais de marketing que procuram compreender e interagir com este grupo demográfico influente.

Entre as principais conclusões está o facto de a Geração Z ser a primeira geração a ter crescido inteiramente na era digital. Estes jovens passam, em média, 10 horas por dia a interagir com conteúdos online e têm uma média de 5 contas em diferentes redes sociais, que utilizam constantemente para descobrir novos produtos, procurar recomendações e interagir com as marcas.

Estes hábitos traçam um novo perfil de consumidor, uma vez que 73% desta geração já efectuou pelo menos uma compra com base em algo que viu nas redes sociais. A experiência de compra já não se limita à loja física e à aquisição de produtos, embora estas opções também não estejam a ser eliminadas. Os jovens da Geração Z procuram activamente experiências personalizadas, imersivas e interactivas, tanto presenciais como online.

Neste sentido, 85% dos consumidores da Geração Z prefere gastar o seu dinheiro em experiências do que em bens materiais e 64% compra serviços personalizados através dos seus smartphones.

Além disso, as suas escolhas são mais frequentemente determinadas pelos valores associados a uma ou outra marca, com 88% dos consumidores da Geração Z a acreditar que as empresas devem ajudar a resolver problemas sociais e ambientais, e 82% a acreditar que as empresas devem refletir a diversidade do mundo real nas suas campanhas de publicidade e marketing. Pela mesma razão, 75% está disposto a pagar mais por produtos e serviços sustentáveis.

Mesmo assim, o preço dos bens e dos serviços é uma grande preocupação para estes jovens: 51% dá prioridade à relação qualidade/preço quando toma as suas decisões de compra, que, além disso, não são impulsivas, uma vez que o estudo mostra que 67% dos indivíduos desta geração poupa activamente.

Uma relação complicada com o dinheiro

Uma das principais conclusões do estudo é que 52% dos indivíduos da Geração Z estão preocupados com a sua segurança e estabilidade financeiras, o que representa mais do dobro da percentagem das gerações mais velhas.

O relatório revela também que 42% dos indivíduos da Geração Z que consideram o dinheiro como um mal necessário para funcionar num mundo capitalista. Isto demonstra uma relação complexa com as finanças, em que reconhecem o papel do dinheiro, mas também o vêem com um certo nível de cepticismo.

Apesar desta certa rejeição, 61% dos indivíduos aspira a criar a sua própria empresa. Estes jovens valorizam a flexibilidade, a independência e o trabalho com objectivos, e 83% vêem o empreendedorismo como um importante objectivo na sua carreira.

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