80% das pessoas assiste a pornografia a sós regularmente

A idade e a duração dos relacionamentos não são factores relevantes, ou seja, ser mais ou menos jovem ou ter um relacionamento mais ou menos duradouro não estão associados ao prazer sexual sentido. Esta é uma das principais conclusões do estudo sobre o prazer sexual divulgados na exposição Amor Veneris – Viagem ao Prazer Sexual Feminino, que esteve patente no Palácio Anjos, em Algés (Oeiras) desde Junho de 2022.

Entre as 1.624 pessoas que participaram, 17% diz sentir que tem um problema sexual. Destas, 56% refere não ter acompanhamento clínico, mas que gostaria de ter. Questões financeiras, atribuição do problema a outra pessoa e falta de fé na eficácia destas intervenções são alguns dos motivos apontados para não procurarem acompanhamento.

No que toca à actividade sexual, a maioria das pessoas diz masturbar-se (65%) e 48% refere ter actividade sexual semanalmente, mas globalmente a masturbação é considerada uma fonte de prazer menos intensa do que a actividade sexual com outros/as. Um aspecto relativamente à masturbação indicado por quem participou é o papel importante que este acto tem enquanto indutor de relaxamento.

No entanto, algumas pessoas vivem a masturbação como um momento de frustração e tristeza, seja porque simboliza a insatisfação na vida sexual, seja porque necessitam de recorrer à imaginação ou à pornografia, algo que fazem com culpabilidade.

Quanto aos comportamentos sexuais, cerca de 90% das pessoas tenta novas posições sexuais com alguma regularidade e à volta de 80% diz que assiste a pornografia a sós com alguma regularidade. Cerca de 65% revela usar um brinquedo sexual com alguma regularidade e a mesma percentagem adiantou fazer sexting com consentimento. Por outro lado, 25% afirma fazer sexo sado-maso ou fetichista com alguma regularidade e à volta de 21% pratica cibersexo.

Para as pessoas que responderam ao inquérito, o prazer sexual está muito associado à proximidade sentida com outro/a e à satisfação com a relação. A comunicação explícita acerca do que se gosta ou não sexualmente, o nível de proximidade, a iniciativa e a prática de sexo oral também estão relacionados ao prazer sexual.

Apesar de a maioria das pessoas dizer que está satisfeita com o seu corpo, nas camadas mais jovens (até aos 34 anos) há uma maior associação entre a falta de prazer sexual e a insatisfação com imagem corporal do que parece haver noutras faixas etárias. Estes resultados, de acordo com os investigadores, podem estar associados quer à idade em si, uma vez que em diferentes fases do percurso de vida a imagem pode pesar menos na apreciação e estima globais, quer ao contexto cultural, já que as pessoas mais velhas estiveram menos expostas à divulgação e apreciação massiva e regular da sua imagem em diferentes plataformas.

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