75% dos consumidores de luxo pondera usar IA para interagir com as marcas

O estudo “Towards the boutique of the future”, da Bain & Company, desenvolvido em torno do tema do luxo e da tecnologia, revela que 75% dos consumidores de luxo está disposto a adoptar novas tecnologias na sua interacção com as marcas.

Segundo revela o relatório da consultora, 27% das marcas de luxo inquiridas já utilizava a inteligência artificial no ano passado para captar clientes e 19% para a optimização de processos. Além disso, espera-se que esta percentagem aumente significativamente com a ascensão da inteligência artificial generativa.

As marcas do sector já estão a utilizar ferramentas como a realidade virtual, os NFTs, a identificação por radiofrequência e a inteligência artificial para melhorar a experiência do cliente.

Para a Bain & Company, a presença da tecnologia nas boutiques de luxo responde a três objetivos principais:

  • Enriquecer a relação entre clientes e vendedores. Para 61% dos consumidores de luxo, esta relação influencia a sua disponibilidade para recomendar uma marca, pelo que melhorar esta ligação é uma prioridade para todas as marcas inquiridas. Assim, as ferramentas de clienteling favorecem a intimidade entre o cliente e o vendedor, além de permitirem recomendações mais precisas e personalizadas.
  • Aumentar o nível de imersão no universo da marca. A tecnologia oferece uma oportunidade para as marcas mostrarem o seu património e trabalho artístico, bem como para criarem um ambiente único e coeso na loja para exporem as suas colecções. Neste sentido, 26% dos clientes do sector afirma que a descoberta do património de uma marca durante as compras os atraía.
  • Optimizar a experiência do utilizador. Cerca de 58% dos consumidores de luxo diz que os tempos de espera foram uma fonte de frustração durante a sua experiência de compra, enquanto 47% diz que também fica aborrecido com a indisponibilidade de certos produtos. Para melhorar estas questões, as principais marcas de luxo estão a aperfeiçoar os seus processos de marcações online, colocação de produtos em tempo real na loja e pagamento móvel.

«A tecnologia de ponta desempenha um papel fundamental para a oferta de uma fantástica experiência aos clientes. Isto é verdadeiro para todo o sector do retalho, e particularmente importante para o luxo. 75% das empresas inquiridas vê-o claramente, e o desafio passa a ser como organizar-se para executá-lo de uma forma capaz de capturar valor para a empresa e o consumidor», Alberto Requena, partner da Bain & Company e líder das práticas de retalho, análise avançada e inteligência artificial na região ibérica.

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