Mas existem outras regras menos conhecidas — e muitas vezes mais eficazes — que os especialistas em finanças aplicam nas suas próprias vidas para poupar mais, reduzir desperdício e construir um futuro financeiro mais saudável.
A seguir, reunimos 7 dicas surpreendentes partilhadas por especialistas que não só conhecem o assunto, como o praticam no dia a dia.
1. Às vezes, gastar mais é a melhor forma de poupar
Pode parecer contraditório, mas comprar barato pode sair caro. Um preço baixo num produto de má qualidade é, na realidade, um mau negócio, porque acabará por ter de o substituir mais cedo do que pensa.
A recomendação? Priorizar qualidade e durabilidade, mesmo que implique um investimento maior no início. Para equilibrar os gastos é melhor
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Comprar artigos de marca em segunda mão;
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Aproveitar campanhas promocionais como o Amazon Prime Day ou saldos sazonais;
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Usar programas de fidelização gratuitos e procurar cupões online antes de comprar.
2. Orçamentos demasiado rígidos são uma armadilha
Um orçamento detalhado é útil, mas se for demasiado apertado, pode causar frustração e acabar por ser abandonado. Se tentar mudar todos os hábitos de consumo de uma vez, é difícil manter o plano a longo prazo.
O ideal é implementar pequenas mudanças progressivamente e manter espaço no orçamento para despesas que lhe trazem valor, como um jantar com amigos ou uma ida ao cinema. A chave é encontrar equilíbrio e cortar nos extras que não acrescentam nada (ex.: subscrições não utilizadas, eletrodomésticos ligados sem necessidade, etc.).
3. Cuidado com as formas de pagamento “convenientes”
A facilidade de pagamento atual — com renovação automática, taps rápidos ou swipes nas redes sociais — torna o consumo quase inconsciente.
Anne Lester, autora de Your Best Financial Life, aconselha a tornar o ato de gastar mais deliberado. Como?
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Fazer listas de compras (digitais ou físicas);
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Designar um momento específico da semana para compras online;
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Refletir: “Preciso mesmo disto?” ou “Quando é que vou usar isto?”;
No caso das subscrições, faça uma “limpeza digital” regular para cancelar as que já não utiliza.
4. Automatize a poupança — e esqueça que o dinheiro existe
Deixar dinheiro na conta à ordem pode ser uma tentação. A melhor estratégia? Automatizar transferências para contas-poupança com rendimento elevado.
Especialistas em gestão de património, aconselham a criar transferências automáticas logo após receber o salário. Desta forma, estará a construir um fundo de emergência de forma quase invisível.
5. Pequenos gastos no cartão também merecem atenção
Ao rever os extratos do cartão de crédito, é comum olhar apenas para os valores maiores. Mas, os pequenos montantes podem esconder tentativas de fraude.
Os ladrões testam os cartões com compras de baixo valor. Se passar despercebido, avançam para valores maiores. Aconselha-se, por isso, uma revisão mensal rigorosa, mesmo de compras de 2 ou 3 euros.
6. Use diferentes contas para objetivos distintos
Separar os investimentos por prazos pode ajudá-lo a alinhar os seus objetivos financeiros com a estratégia certa.
Especialistas sugerem manter uma conta principal para investimentos a longo prazo (ex.: reforma) e outra para metas de curto ou médio prazo (ex.: casa, curso, negócio próprio).
Assim, pode ajustar o nível de risco e a alocação de ativos de acordo com o prazo de cada objetivo, poupando tempo, stress e dinheiro.
7. Não existe uma fórmula universal para gerir dinheiro
A regra de ouro? Não há regras de ouro. “As finanças pessoais são isso mesmo: pessoais e sazonais”, afirma Kara Stevens, autora de Heal Your Relationship With Money.
Antes de seguir qualquer plano financeiro, é essencial mapear aquilo que realmente valoriza: Que tipo de vida quer ter? Que equilíbrio entre trabalho e lazer procura? O que o faz feliz?
Só depois de ter clareza sobre os seus objetivos é que poderá construir uma estratégia financeira à sua medida e adaptável à sua realidade, que muda com o tempo.
Se há algo que une estas sete dicas é a ideia de consciência e intenção. Em vez de seguir fórmulas genéricas, estas regras, pouco faladas mas eficazes, promovem uma relação mais equilibrada com o dinheiro.
Num mundo de compras por impulso, orçamentos “perfeitos” e conselhos automáticos, talvez esteja na hora de simplificar e personalizar.
Afinal, gerir bem o dinheiro não é uma questão de perfeição — é uma questão de propósito.














