63% dos anunciantes portugueses cortou em comunicação. A culpa é do COVID-19

Um inquérito realizado pela Associação Portuguesa de Anunciantes (APAN) e pela Scopen mostra que 63% dos anunciantes afirma ter reduzido os respectivos investimentos em marketing e comunicação. Segundo a associação, são já os efeitos do novo coronavírus.

Entre os que cortaram o orçamento, 45% diz tê-lo feito relativamente a media e 76% a marketing. Quanto aos canais de media mais afectados, a primeira edição do barómetro de tendências de investimento “Trend Score” aponta para OOH/outdoor (44%) e para meios de comunicação social (imprensa: 17%; TV: 14% e Rádio: 11%).

Há, por outro lado, sinais de crescimento nos canais digitais, com 64% dos anunciantes a referir ter aumentado os seus investimentos neste tipo de plataformas.

“A redução de investimentos esteve directamente relacionada com uma diminuição nas vendas”, sublinha o relatório, já que 61% dos profissionais inquiridos admitiu quebras superiores a 10%. Apenas 6% dá conta de um aumento no volume de negócios.

Quanto às iniciativas de marketing com maiores quebras, destaque para o eventos e patrocínios (61%) e para as acções no ponto de venda (26%). Nesta área, o investimento também passou para o digital (marketing digital: 22%; conteúdos digitais/influencers: 17%; webinars: 13%). Verifica-se ainda que 17% dos entrevistados aumentou o investimento em comunicação institucional/RP.

Objectivos passaram para o “muito curto prazo”

O barómetro da APAN e da Scopen evidencia ainda uma tendência relativamente a planos e objectivos a “muito curto prazo”, com 54% das marcas a trabalhar com cenários dia a dia ou quinzenais. A culpa será, uma vez mais, da pandemia e da incerteza que trouxe consigo.

O “Trend Score” tem por base um inquérito realizado a mais de 40 directores de marketing e comunicação em Portugal, entre os dias 1 e 15 de Abril.

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