60% dos portugueses conhece pelo menos uma ferramenta de GenAI, mas poucos utilizam regularmente

A Inteligência Artificial Generativa está mais do que nunca presente na vida dos consumidores portugueses com 60% a afirmar que conhece pelo menos uma ferramenta, sendo a mais comum o ChatGPT (54%).

No entanto, são menos aqueles que a utilizam com regularidade, ou seja, pelo menos uma vez por semana (28%). Estas conclusões fazem parte do Digital Consumer Trends 2023, o estudo da Deloitte que analisa os hábitos de utilização de produtos e serviços digitais pelos consumidores.

A maioria dos inquiridos (68%) que conhece a GenAI já utilizou pelo menos uma destas ferramentas: 74% por motivos pessoais. Por outro lado, cerca de 40% afirma ter usado estas ferramentas por motivos profissionais e 31% no âmbito da educação.

O estudo conclui que mais de metade (56%) dos portugueses acredita que a Inteligência Artificial Generativa irá reduzir o número de empregos disponíveis no futuro, com 47% a admitir estar preocupado com o facto de, no futuro, algumas das suas funções no local de trabalho virem a ser absorvidas pelacGenAI.

Os aparelhos tecnológicos na vida dos portugueses

Outra das conclusões do estudo prende-se com o uso de aparelhos tecnológicos que aumentou desde o ano passado, com os wearables ou tecnologias vestíveis – dispositivos semelhantes a roupa ou acessórios, como relógios, pulseiras ou mesmo óculos de realidade virtual: 38% dos portugueses tem um relógio inteligente e 25% tem uma pulseira fitness; enquanto 77% destes monitoriza a sua saúde nos seus dispositivos.

Dentro deste grupo, a maioria dos inquiridos (78%) sentir-se-ia confortável em dar acesso aos dados de saúde monitorizados ao seu médico. A monitorização dos passos continua a ser a actividade mais popular registada nestes dispositivos: 62% dos inquiridos afirma fazê-lo, seguida da monitorização do ritmo cardíaco (42%), do tipo/quantidade de exercício (36%) e dos padrões de sono (35%).

Os portugueses mostram, também, algum entusiasmo pelas soluções de identidade digital, com 45% a afirmar que gostaria de poder utilizar o seu smartphone para aceder aos dados do seu bilhete de identidade ou da sua carta de condução (42%). E quase metade (48%) usa o smartphone ou smartwatch inteligente para fazer pagamentos, percentagem que cresce entre os utilizadores da Apple (60%).

No entanto, quando inquiridos sobre a possibilidade de partilhar os seus dados pessoais com as autoridades, poucos se mostram a favor. Apenas 28% estaria disposto a fornecer acesso ao seu histórico de navegação; 30% estaria disposto a dar acesso a um registo digital do seu rosto; e 34% à localização do seu telemóvel, mesmo que isto significasse uma protecção mais eficaz contra fraudes.

Em comparação com o estudo realizado no Reino Unido, os portugueses revelam-se mais tímidos: 33% dos participantes no Reino Unido mostram-se dispostos a dar acesso ao seu histórico de navegação; 39% a um registo digital do seu rosto; e 41% à localização do dispositivo.

De acordo com a análise, mais de metade dos portugueses (57%) tem acesso a um serviço de streaming de vídeo pago e 32% tem acesso a um serviço de streaming de música pago. O serviço de streaming de vídeo mais popular é a Netflix, com 41% dos inquiridos a utilizar este serviço. No entanto, a popularidade desta plataforma desceu em Portugal: este número representa uma descida de 12 pontos percentuais em relação à última edição do estudo.

Neste sentido, quase um em cada quatro inquiridos (23%) cancelou uma subscrição paga de um serviço de subscrição de vídeo nos últimos 12 meses, destacando-se o facto de a assinatura ser demasiado cara como a principal razão para o cancelamento (23%).

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