Termina hoje o prazo para as rescisões amigáveis no Público: “Houve uma adesão acima do que era esperado”

Termina hoje o prazo para as rescisões amigáveis no Jornal Público. Apesar de não existirem ainda números oficiais da quantidade de trabalhadores que aderiram ao repto lançado pela administração do Jornal, “houve uma adesão acima do que era esperado”, refere à Marketeer um dos jornalistas que prefere o anonimato.

mesmo profissional refere que “apesar do deadline ser hoje, a administração ‘forçou’ as pessoas, que se manifestaram interessadas em sair da empresa, para que assinassem a rescisão até ao final de 2024. Era do interesse da empresa que saíssem até dia 31 de dezembro. Ainda assim, há pessoas que poderão tomar a decisão de sair, ou ficar, apenas hoje.”

O jornalista assume que “todo este processo tem sido muito doloroso. É muito difícil ver sair colegas super válidos e que, na minha opinião, são uma grande mais-valia para o jornal. Saem sem perspectivas.”

No início de dezembro de 2024, a administração do Público lançou um programa de rescisão voluntária, oferecendo condições acima da lei. Os trabalhadores interessados deveriam manifestar essa intenção até hoje.

De acordo com o comunicado enviado na altura, a administração do jornal apontou uma “revisão na estratégica” da publicação.

“Na sequência da reunião geral de 28 de novembro, onde foi apresentada a revisão da estratégia do Público — a qual exigirá uma adaptação ao comportamento dos nossos leitores, com mudanças substanciais na forma de trabalhar, uma transformação cultural e uma colaboração interdisciplinar entre as equipas –, a administração da empresa informa os trabalhadores que irá disponibilizar um programa de cessação voluntária da respetiva relação contratual, por acordo, e em condições financeiras mais vantajosas do que as previstas na lei”, lê-se na mensagem, assinada por Cristina Soares, administradora da publicação.

Segundo o email, “os colaboradores interessados em aderir ao programa de cessação voluntária deverão manifestar a sua intenção junto do Departamento de Recursos Humanos até ao dia [6 de janeiro de 2025], que transmitirá aos interessados as condições aplicáveis”.

De acordo com a mesma missiva, a manifestação de interesse permitirá à empresa avaliar cuidadosamente cada caso individual”, sendo que essa análise “terá em conta, entre outros fatores, o impacto organizacional da cessação contratual e a viabilidade de celebração do acordo nas condições propostas”.

A empresa disse mesmo que poderia “rejeitar propostas que não estejam alinhadas com as necessidades da reestruturação e/ou com a continuidade operacional”.

A Sonaecom, que detém o Público, totalizou 61,7 milhões de euros de lucro nos primeiros nove meses do ano, um aumento de 83,4% relativamente ao mesmo período de 2023, segundo anunciou em novembro.