56% dos portugueses dispostos a comprar carne cultivada em laboratório
O estudo “The Green Revolution Portugal”, da Lantern, revela que mais de metade dos consumidores portugueses (56%) se mostra disponível para comprar carne cultivada em laboratório, sendo a camada mais jovem da população aquela que apresenta maior disponibilidade.
Estas conclusões chegam em linha com uma queda acentuada de 3,6kg do consumo de carne vermelha per capita em Portugal, entre 2019 e 2020, e com o avanço tecnológico na criação de alternativas à proteína animal. A carne de laboratório, em foco neste relatório, é produzida através de células mãe, sendo necessário um líquido específico para o seu cultivo que se revela uma matéria com custo mais elevado.
Através de uma análise ao mercado português, a Lantern verificou um crescimento sustentado das novas dietas alimentares, em que 56% dos portugueses está disposto ou talvez compre carne cultivada em laboratório e apenas 15% estaria, à partida, contra. De acordo com as conclusões, estes são números considerados elevados para um produto que ainda não está disponível e que apresenta características muito particulares – o que sugere uma possível revolução na indústria.
Entre os veggies (vegans, vegetarianos e flexitarianos), a percentagem de pessoas dispostas a comprar este tipo de carne sobe até aos 62% e nos menores de 34 anos atinge os 65%. Além disso, observa-se que 37% de pessoas com mais 65 anos se opõe a comprar este produto de laboratório.
O relatório destaca ainda o crescimento da população vegetariana em Portugal face a 2019, quando apenas 9% da população portuguesa era veggie. Desde então, registaram-se 250 mil novos veggies, ou seja, 11,9% da população, hoje, segue uma dieta vegan, vegetariana ou flexitariana.