44% dos portugueses vai fazer cortes nas despesas alimentares e 34% nas de saúde

Com a inflação a atingir níveis inéditos, um novo estudo da Oney revela que 44% dos portugueses vai fazer cortes nas despesas alimentares e 34% vão reduzir nas despesas de saúde. A nível europeu, o barómetro revela um forte desejo dos consumidores em limitar as suas compras, particularmente aquelas a que se pode chamar “despesas inevitáveis”, cujo preço tem subido acentuadamente nos últimos meses.

Ao nível energético, dois em cada três europeus dizem, agora, que planeiam reduzir estes custos, sendo esta uma tendência mais acentuada em Portugal. Entre os portugueses inquiridos, 73% afirma que a redução do consumo energético faz parte das suas intenções até ao final do ano, enquanto 64% dos espanhóis e 53% dos franceses planeia fazer o mesmo.

Ao mesmo tempo, mais de metade dos europeus diz que nos próximos meses pretende reduzir alguns dos seus gastos em bens de consumo relacionados com lifestyle (vestuário, decoração, equipamento electrónico e doméstico, passeios culturais, viagens).

O financiamento do consumo é agora uma tendência bem estabelecida para a população portuguesa, conclui o estudo. No início do ano lectivo de 2022/23, altura em que o inquérito foi realizado, quase dois terços dos portugueses referiam já ter utilizado soluções para financiar algumas compras (61%), e mais de um quarto já as ter utilizado várias vezes (29%).

Portugal é o País onde a prática parece estar mais estabelecida, apesar de, mesmo nos outros países, cerca de metade dos inquiridos (48% dos espanhóis e 51% dos franceses) afirmar já ter recorrido a soluções de financiamento. Relativamente ao tipo de compras em todos os países, o crédito ao consumo é principalmente utilizado para compras únicas e pontuais (81% dos europeus) e corresponde a bens mais dispendiosos, tais como veículos (44%), equipamento informático (32%) ou mobiliário (23%).

Assim, entre as várias soluções de financiamento, a análise demonstra que a utilização do pagamento fraccionado é a mais popular. De facto, quando questionados sobre os seus planos para o final do ano, 35% dos portugueses diz querer recorrer a este método de pagamento, dando-lhe preferência relativamente ao recurso ao crédito ao consumo (23%). Esta tendência é observada em todos os países em análise, sendo ainda mais notória entre os franceses (44%).

Os europeus pretendem utilizar o pagamento em prestações principalmente para compras relacionadas com produtos informáticos, alta tecnologia e electrodomésticos. Por exemplo, 47% dos portugueses que tenciona utilizar o pagamento fraccionado, pretende utilizá-lo principalmente para este tipo de bens, assim como para a aquisição de artigos de mobiliário e decoração (26%) e viagens (22%).

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