43,6% dos profissionais demite-se quando não há sentimento de integração na empresa

Face à incerteza económica, as prioridades dos profissionais dividem-se entre estabilidade financeira e o bem-estar individual. Esta é uma das principais conclusões do estudo Workmonitor da Randstad que revela que o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal é importante para 68% dos portugueses.

No entanto, as dificuldades financeiras fazem crescer as expectativas de ajuda por parte dos empregadores, concluindo que 52,2% dos inquiridos espera receber uma ajuda mensal para compensar o aumento do custo de vida. Simultaneamente, os trabalhadores mais velhos vêem a idade da reforma a afastar-se, com 79,5% a afirmar que a sua situação financeira não permite uma reforma na idade pretendida.

«Hoje, mais do que nunca, os empregadores precisam de acompanhar os interesses e preocupações dos profissionais. Apoiar o crescente aumento do custo de vida está a tornar-se uma forma diferenciadora de cativar e reter talento. Simultaneamente, os profissionais continuam a procurar um emprego flexível, estável e que esteja alinhado com seus próprios valores», afirma José Miguel Leonardo, CEO da Randstad Portugal.

A nível global, 41% dos profissionais gostaria de receber apoios financeiros mensais, sendo que em Portugal esta expectativa é de 34%. No contexto português, 30,9% dos profissionais afirma receber ajuda por parte dos empregadores para fazer face ao aumento do custo de vida. Paralelamente, 52,2% dos profissionais nacionais gostaria de vir a receber ajudas mensais para compensar o aumento do custo de vida e 27,3% teria interesse em receber um subsídio de ajuda de custos, nomeadamente com os preços da energia e de deslocações.

O estudo Workmonitor 2023 aponta também para uma nova preocupação crescente: a estabilidade do emprego. A nível global, 52% dos profissionais sente-se preocupado com a possibilidade de perder o emprego; em Portugal esta percentagem é ligeiramente mais baixa: 48,1%.

Numa perspectiva social, a pandemia abriu o precedente e a tendência transformou-se em padrão: os profissionais procuram cada vez mais a flexibilidade. Os profissionais procuram também um sentimento de pertença e que os valores e propósitos dos seus empregadores se alinhem com os seus: 43,6% dos inquiridos em Portugal afirma demitir-se se não se sentir integrado. A nível global a percentagem cresce para 54%, com a Geração Z a marcar a tendência (61% dos inquiridos entre os 18 e 24 anos).

Em Portugal, 40,8% dos profissionais não aceitaria um emprego que não se alinhasse com os seus valores sociais e a percentagem aumenta (87,9%) quando se questiona qual a importância e os valores dos empregadores, sendo que 33,7% dos profissionais afirma já se ter demitido por se encontrar num ambiente de trabalho tóxico.

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