39% dos consumidores nacionais sente-se pressionado para adoptar hábitos sustentáveis

Os consumidores estão cada vez mais despertos para as consequências das alterações climáticas, sendo que muitos já adoptam comportamentos com o objectivo de reduzirem o impacto no meio ambiente. Na actual conjuntura, porém, muitos têm vindo a sentir o seu poder de compra a diminuir, conclui o Observador Cetelem Consumo Sustentável 2022.

De acordo com estudo, 44% dos portugueses inquiridos afirma conhecer “mais ou menos“ o conceito de consumo sustentável e 32% considera que estão familiarizados. Os inquiridos mais velhos, dos 55 aos 74 anos, são os que se encontram menos familiarizados com o conceito (média de 43%).

Dos que se encontram familiarizados com o conceito e que adoptam já algumas práticas responsáveis, 32% admite que para eles o consumo sustentável é uma opção, ou seja, quando surge a oportunidade, às vezes, consomem produtos com menor pegada ecológica. Mas o que é uma opção para uns, é um objectivo para outros: 31% tenta consumir com responsabilidade sempre que possível. Já para 19% o consumo responsável não é uma preocupação, enquanto 16% considera ser um modo de vida.

Sempre que se trata de consumir de forma responsável, 42% dos consumidores inquiridos sente que toma a iniciativa. Por outro lado, 39% confessa sentir-se pressionado pela sociedade.

No que toca ao contexto económico actual, quando é pedido aos entrevistados para avaliarem a facilidade que têm em fazer escolhas de consumo mais sustentáveis, 46% dos inquiridos diz ser difícil ou muito difícil, em particular os inquiridos com menores rendimentos (57%) e os mais velhos dos 65 aos 74 anos (55%).

Neste sentido, 33% dos portugueses considera que, hoje em dia, é preciso gastar um pouco mais para se adoptar hábitos de consumo sustentáveis, 31% considera que gasta exactamente o mesmo e outros 30% diz que para adoptar esses hábitos precisa de gastar muito mais.

Relativamente aos efeitos da inflação no consumo, 38% dos portugueses inquiridos revela ter mantido o consumo de produtos sustentáveis, nomeadamente os mais jovens, dos 18 aos 24 anos (49%) e os inquiridos com mais rendimentos (41%).

Além disso, 22% salienta ter diminuído o consumo deste tipo de produtos e 8% deixou de optar por estes produtos; 21% confessa que não se preocupava e continua a não se preocupar com o consumo de produtos mais sustentáveis. Os inquiridos mais velhos são os que mais corroboram essa afirmação (34%), assim como os inquiridos que vivem na região Norte do País (30%).

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