32% das empresas de restauração e bebidas pondera insolvência

Em Portugal, 32% das empresas de restauração e bebidas e 14% das empresas de alojamento turístico ponderam, actualmente, a insolvência. Um inquérito realizado pela AHRESP –  Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal, entre os dias 30 de Setembro e 4 de Outubro, mostra que é este o cenário do sector cerca de seis meses depois de a pandemia ter aterrado no País.

O mesmo inquérito revela que 40% das empresas da restauração e bebidas e 25% do alojamento turístico já despediram trabalhadores desde o início da crise sanitária. Segundo a associação, são “níveis preocupantes de despedimentos”, que apontam para “empresas desesperadas e sem soluções à vista”.

Aproximadamente 18% das empresas de restauração e bebidas assume que não irá conseguir manter todos os postos de trabalho até ao final do ano. O mesmo acontece com cerca de 15% das empresas de alojamento turístico.

Para a AHRESP, “urgem medidas de apoio directo às empresas”, nomeadamente aplicação temporária de taxa reduzida de IVA nos serviços de alimentação e bebidas ou o financiamento não reembolsável para reforço da tesouraria das empresas.

Facturação de Setembro

Mais de 63% das empresas de restauração e bebidas inquiridas registou quebras homólogas de facturação acima dos 40%, no passado mês de Setembro. Trata-se, ainda assim, de uma melhoria face ao total do período de Verão: entre Junho e Setembro, as empresas viram o volume de negócios cair de 50 a 75%. Além disso, no mesmo período, 29% reportou quebras acima dos 75%.

Como consequência, cerca de 9% não conseguiu efectuar o pagamento dos salários em Setembro e 13% só o fez parcialmente.

Quanto ao alojamento turístico, 18% das empresas não registou qualquer ocupação e mais de 19% ficou-se por uma ocupação máxima de 10%. Para o mês de Outubro, aproximadamente 29% estima uma taxa de ocupação zero e 29% aponta para uma ocupação máxima de 10%.

Olhando mais além, para Novembro e Dezembro, as perspectivas ainda são piores: a ocupação zero passa a ser referida por cerca de 50% das empresas.

Em termos de facturação no período de Verão, cerca de metade registou uma descida acima dos 75% em relação ao mesmo período do ano passado.

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