250 mil milhões de euros é quanto os cidadãos europeus podem poupar com pagamentos digitais
A Visa apresentou o primeiro estudo sobre a forma como os pagamentos digitais influenciam a eficiência económica e contribuem para uma sociedade mais conectada e inclusiva.
As conclusões do estudo, conduzido pela Morning Consult entre Maio e Junho de 2024, foram reveladas no Visa Payments Forum Europe, que decorreu em Paris de 3 a 6 de Setembro e que contou com a presença de mais de 1.000 bancos clientes e parceiros.
O estudo identifica as principais tendências que estão a moldar o futuro dos pagamentos: a identidade digital, a ascensão dos consumidores como vendedores, a multiplicação de serviços configuráveis, as finanças integradas e a inteligência artificial (IA).
Os resultados indicam que a democratização do acesso aos dados vai aumentar a confiança dos consumidores nas empresas.
Este estudo, que inquiriu 8.000 europeus, revelou que 69% acreditam que as empresas beneficiam mais da utilização dos seus dados do que eles próprios. E sublinhou ainda que os consumidores estão mais preocupados com a forma como os seus dados serão utilizados do que com os benefícios pessoais que daí possam retirar.
Concluiu-se ainda que, quando os consumidores têm maior controlo sobre os seus dados, estão mais dispostos a partilhá-los com empresas em que confiam, para os utilizarem de forma responsável.
A IA é apontada pela Visa como um factor essencial de mudança. Os europeus podem vir a poupar até 250 mil milhões de euros por ano se adoptarem ferramentas digitais de gestão, como a IA generativa, para gerirem as suas finanças.
36% dos inquiridos afirmam confiar mais na IA agora do que há um ano, percentagem que sobe para 47%, entre a Geração Z.
A biometria também é indicada como tendo o poder de desbloquear inúmeras potencialidades. As protecções biométricas, numa carteira digital ou num documento de identidade, reduzem o atrito muitas vezes criado pelas palavras-passe.
Ou seja, a Visa estima que o recurso à biometria possa ajudar as empresas a obter até 43 mil milhões de euros em vendas anuais adicionais – e reduzir a fraude em até 483 milhões de euros por ano.
O aumento das possibilidades de escolha na hora de pagar, tem também um peso interessante nas conclusões deste estudo. Um retalhista que adicione a opção ‘Click to Pay’ ao checkout online pode aumentar as receitas até 30% – o que pode levar a um aumento anual de até 51 mil milhões de euros nas vendas de comércio electrónico das PME na União Europeia e no Reino Unido.
Verificam-se, hoje, múltiplas formas de interagir com os retalhistas e prestadores de serviços, mas uma interface digital personalizável, que permita um maior controle e visibilidade sobre as opções de pagamento e transacções financeiras, trará, certamente, inúmeros benefícios.
Quanto aos pagamentos ‘phygital’ (combinação de físico e digital), prevê-se que se tornem parte integral das transacções diárias – como o pagamento através de gestos; comandos de voz, ou de sistemas integrados no automóvel (como o pagamento de portagens ou o abastecimento de combustível) sem utilização de um cartão bancário ou telemóvel.
As finanças integradas deixarão de ser uma novidade e passarão a ser a norma.
Actualmente, qualquer pessoa pode tornar-se vendedor com apenas alguns cliques (e assim surgem milhares de milhões de vendedores). A IA pode apoiar estes ‘nano-vendedores’ na expansão dos seus negócios. O mesmo estudo indica que 71% das PME e dos empresários concordam que, se a IA os ajudar a fazer crescer o seu negócio, confiarão nessa tecnologia para o fazer.
Vale a pena mencionar que 67% das PME europeias estão actualmente digitalizadas, e se colmatássemos essa lacuna de 33%, as empresas teriam um aumento combinado das receitas de mais de 200 mil milhões de euros, por ano, em termos reais.
Charlotte Hogg, directora-geral da Visa Europa, salienta o potencial da tecnologia para revolucionar o comércio, que traz benefícios a milhares de milhões de vendedores, indivíduos e economias: «A tecnologia que, ainda não há muito tempo, parecia saída de um filme de ficção científica, está praticamente pronta para proporcionar experiências de pagamento mais simples, e acrescentar milhares de milhões de euros em valor económico à Europa.»
De acordo com Charlotte Hogg, superar a lacuna na escalabilidade das tecnologias de pagamento nas áreas acima mencionadas «vai proporcionar oportunidades socioeconómicas significativas para pessoas, empresas e economias. A chave está nos dados. Estamos, de facto, a avançar para uma nova fronteira de pagamentos, em que os dados já não são uma matéria-prima, mas um recurso e uma ferramenta essencial, e que pode ser utilizada para criar grandes oportunidades de crescimento às empresas, e experiências de pagamento mais seguras e personalizadas».