2.3 mil milhões de pessoas falam inglês. Idioma já não é uma língua estrangeira

O British Council, organização internacional do Reino Unido para as relações culturais e oportunidades educativas, apresenta pela primeira vez em Portugal, as conclusões do estudo The Future of English: Global Perspectives (O Futuro do Inglês: Perspectivas Globais). Falado, actualmente por 2.3 mil milhões de pessoas em todo o mundo, o inglês já não é considerado um idioma estrangeiro.

Utilizada como meio de comunicação, a língua apresenta-se hoje como uma ferramenta necessária para diversos contextos. Na academia, o inglês representa cerca de 90% das publicações e 60% do conteúdo da internet está em inglês – percentagem que contrasta com o número de utilizadores que tem o inglês como primeira língua, que se situa em torno dos 25%.

A empregabilidade é uma das principais motivações para aprender inglês, segundo as conclusões do “The Future of English: Global Perspectives”. Não é de estranhar, já que o domínio deste idioma se tornou num requisito comum nas ofertas de emprego.

Contudo, também o conceito de inglês requerido neste âmbito evoluiu. Com locais de trabalho cada vez mais dinâmicos do ponto de vista linguístico, social e cultural, esta evolução alterou as necessidades dos empregadores, que dão cada vez mais importância às competências orais e auditivas, além da gramática e do vocabulário.

A nova realidade laboral, aliada também à procura do inglês para fins académicos e de entretenimento, obriga a repensar o ensino da língua. O ensino deve ser mais contextualizado, personalizado e individualizado, para dar respostas às actuais necessidades, mais próximo da realidade dos estudantes. Será necessário o equilíbrio entre os métodos formais e informais de aprendizagem.

O estudo destaca também a importância de contar com professores qualificados e formados. Salienta-se que continuarão a ser uma peça fundamental, mesmo face ao aumento da automatização e da IA, que acelerou nos últimos anos, com consequências directas para a digitalização da educação e o ensino das línguas.

A análise confirma que a certificação das línguas, continuará a ser fundamental para avaliar a destreza linguística dos candidatos, e será um requisito por parte dos sistemas de ensino e de trabalho a nível mundial. Contudo, a avaliação terá de mudar em função das tecnologias que utiliza, da flexibilidade que oferece, e da informação que é capaz de facultar.

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