22% dos portugueses sofre impacto da crise ao nível do consumo

tns2A TNS Worldpanel apresentou ontem as principais conclusões do seu estudo sobre “Grande Consumo, A Resposta dos Portugueses à Crise”, relativo aos primeiros oito meses do ano. Com base nos resultados do estudo, que abrangeu um painel de 3.000 lares, foram tipificados quatro grupos de comportamentos face às compras de supermercado e reacções perante a recessão: os despreocupados afirmam não sentir crise e não economizar, os solidários que não sentem a crise mas economizam por precaução e os influenciáveis que foram afectados pela situação económica e por isso cuidam mais das suas despesas. Já os impactados (22%) são os que mais sentem a crise e estão a reduzir os seus gastos em produtos de grande consumo em 3,1%, de acordo com os resultados do estudo. 52% dos “impactados” mudou de loja habitual na procura de melhores preços e a maior parte do grupo reduziu as compras por impulso e passou a ir menos às compras. Em loja, aumenta a compra de grandes formatos de produtos de Marca do Distribuidor (MDD), e da compra de pequenos formatos da Marca de Fabricante (MDF). Por outro lado, em valor, denotam-se reduções no total das compras com alimentação (-1,8%) e de limpeza caseira (-4,9%) e um aumento da aquisição de produtos de higiene pessoal (+3%).

Já os influenciáveis, que representam a grande fatia da população portugueses (50%), afirmam que sentem a crise e, por isso, cuidam mais das suas despesas não essenciais. Reduziram também o consumo em produtos de grande consumo e estão pessimistas: 60% acredita que a crise vai durar mais dois anos. Passaram a gastar menos e de uma forma transversal em todas as categorias: alimentação (-0,9%), limpeza caseira (-1,4%) e higiene pessoal (-1,5%), aumentando ao mesmo tempo o consumo de MDD (+3,4%).

A situação é diferente no que respeita à compra de roupa, verificando-se crescimento: mais 240 mil compradores de roupa no primeiro trimestre face ao período homólogo. O mercado da roupa exterior sobe, assim, 5,7% em volume e 4,8% em valor. Os consumidores compram mais roupa (+10,7% volume), diz o estudo da TNS, gastando mais dinheiro em cada acto de compra (+3,7 euros) mas efectuando menos actos de compra (-11,5%).

O mercado dos combustíveis denota também aumento por parte dos particulares, no período até Setembro. Vendeu-se mais 6,2% de gasolina, o correspondente a 47 milhões de litros, comparativamente a 2008. Houve mais 105 mil compradores de gasolina embora com menos dois milhões de abastecimentos.

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