Quando 200 euros se multiplicam por 50 milhões. Conheça a história de uma das marcas de eleição de Letízia e Beyoncé

A PDPaola celebra 10 anos em 2025 e tem como clientes a rainha Letizia e Beyoncé. A faturação prevista  50 milhões esconde os 200 euros de investimento que os irmão Saspulgas fizeram para dar o primeiro passo num hobbie.  Agora, a empresa pretende mudar a estratégia para ser mais premium.

As emoções acumulam-se na vida de Paola Sasplugas. Há poucas semanas nasceu a segunda filha, enquanto a sua marca PDPAOLA está a passar por uma mudança na estratégia de negócio e ela lançou-se para protagonizar a última campanha da empresa. “Acho que estava na altura de dar um passo em frente”, conta ao jornal espanhol El Mundo.

A aventura nasceu com um investimento de 200 euros. Agora, comemora dez anos com a perspectiva de gerar um volume de negócios de 50 milhões em 2025. “Estamos a reposicionar a marca. Queremos que haja mais assinatura e menos catálogo”, resume. A ideia é apontar mais alto, “tornar mais premium” e defender que menos é mais.

Nesta década, saíram da cabeça de Paola “pelo menos 25 coleções”. “Esta coisa toda foi um hobby que resultou”, diz, rindo. Desde o início que esteve em sintonia com o irmão Humbert, que apoiou e potenciou a criatividade que via na cabeça da irmã. “A minha intenção não era criar uma empresa global”, diz humildemente. “Começámos só os dois. Não vínhamos de uma família de joalheiros ou empreendedores. Tudo foi uma aprendizagem nesta jornada.” E uma coisa é clara para ele: “Se o meu irmão não estivesse lá, eu não teria conseguido nem chegado aqui”.

50 pontos de venda próprios

Este inclui hoje um mapa com 50 pontos de venda próprios distribuídos por todo o planeta – Londres, Milão, Madrid, Lima, Riade, Nova Iorque… – e mais 2.000 em lojas e grandes armazéns.  A PDPAOLA nasceu com alma digital, mas um ponto de viragem fundamental para a marca surgiu com a abertura da primeira loja física na av. Diagonal, em Barcelona. “O contacto com o cliente real dá outra perspectiva das coisas”, explica a empresária.

Os números parecem lógicos e estonteantes. E Humbert é o responsável por essa parte; “Criativo é o meu forte”, brinca Paola, embora num projeto tão pessoal se acabe por saber um pouco de tudo.

“Somos uma empresa modelo profissional. Temos sido uma marca ousada, mas tomamos sempre decisões com sabedoria”. A nível emocional, as coisas são um pouco diferentes. “Começar uma empresa do zero é uma montanha russa para a cabeça.

Começou com a marca “quando estava a terminar a licenciatura” em arquitectura e neste tempo tanto ela como “o terceiro filho” evoluíram e mudaram muito. “Agora consumo de uma forma diferente do que quando tinha 25 anos”, diz. E o reposicionamento do PDPAOLA enquadra-se nesta transformação: “O nosso foco é um cliente mais maduro, que também cresceu connosco e que tem maior poder de compra”. Daí a linha de alta joalharia com ouro maciço e diamantes que lançaram. “Projetamos tudo internamente e produzimos na Ásia.”

Muitas celebridades usaram as suas criações ao longo destes dez anos: “A primeira foi a Beyoncé. Uma amiga enviou-me uma fotografia. Se bem me lembro foi numa sessão fotográfica que fizeram em casa dela.” Mais tarde, Eva Longoria e a Rainha Letizia entraram na lista… “O impacto depende do local onde a imagem aparece. As nossas peças são pequenas e é preciso olhar bem para as ver.” Por sua vez, fica mais impressionada quando passa por um aeroporto e vê alguém com os seus brincos. “Isso é outra coisa e impacta-te mesmo, admite.

Confessa que “repetiria mil vezes a experiência”, embora muitos dias lhe dê vontade de “sair da vida”, comenta em tom de brincadeira. Comete muitos erros pelo caminho mas há um que incomoda especialmente: “Aquele que cometemos quando não colocamos o cliente no centro de tudo”. Há dias apresentei a nova coleção Dolphin, com peças escultóricas inspiradas na essência evocativa dos golfinhos.

Sofisticação, qualidade e design são três palavras que combinam na perfeição com o que Paola quer transmitir com as suas criações. “Queremos que as peças durem e daqui a dez anos que as veja e desfrute da mesma forma”, explica.

A forma de chegar ao cliente também mudou neste período. “Tentámos fazê-lo de uma forma mais natural, sem tentar ser tão chocante.”

Difícil escolher uma peça entre tantas. “Gosto sempre mais da última coisa que fiz”, diz. Na nova coleção há uma pulseira de golfinhos que é especial: “Faz-me lembrar muito a minha avó.” As iniciais são outro dos best-sellers da casa. “São significativos e comerciais.”

Em relação aos gostos, conhece, nesta altura, poucas regras: “Muitas vezes o que menos gosto é o que amo”.

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