12 tendências para o sector da Saúde em 2024

O novo ano arrancou com alguns desafios antigos nos serviços de Saúde, que continuam a enfrentar pressão. E é expectável que, ao longo de 2024, a resposta a estes desafios dê origem ou reforce algumas tendências no sector, como a personalização, a descentralização e a sustentabilidade. A previsão é do relatório Forecast Healthcare 2024, elaborado pela LLYC.

A agência destaca um conjunto de 12 tendências para este ano na área da Saúde, onde se incluem uma maior sensibilização para os autocuidados, a melhoria do papel dos cuidadores, os avanços na abordagem One Health e nas regras ESG ou a desestigmatização das doenças mentais.

Conheça as tendências apontadas pelo relatório Forecast Healthcare 2024:

• Mais sensibilizados para o cuidado individual da saúde e a melhoria dos hábitos: a preocupação contínua com os efeitos da Covid-19 nos sistemas de saúde impulsionou o interesse pelo autocuidado, com uma maior procura de informação sobre tratamentos, políticas de saúde e consumo de produtos como as vitaminas. 40% dos consumidores já o faz pela Internet;

• Atenção nos cuidadores e no seu papel para a melhoria da saúde dos doentes: os cuidadores, sejam familiares ou profissionais, têm um papel fundamental no bem-estar dos doentes, prestando-lhes apoio emocional e assistência física. A sua importância foi analisada e existe uma literatura médica crescente sobre o assunto, salientando a necessidade de apoio;

• Aumento da pressão sobre a sustentabilidade dos sistemas de saúde: o sector enfrenta os desafios da pandemia, das alterações demográficas e das desigualdades, que afectam a sustentabilidade dos sistemas de saúde. A colaboração com empresas farmacêuticas e tecnológicas pode melhorar a eficiência e facilitar o acesso a dispositivos médicos e medicamentos;

• Maior transparência e inclusão na investigação clínica: a diversidade nos ensaios clínicos é fundamental para garantir medicamentos adequados para todas as pessoas;

• Foco One Health: o conceito One Health aborda a saúde de uma forma integral, reconhecendo a interligação entre a saúde humana, animal e ambiental. A OMS estima que 60% das doenças infeciosas tem origem animal;

• Orientação empresarial com responsabilidade social: a crescente procura de responsabilidade social está a levar as empresas, incluindo as do sector da Saúde, a considerar o seu impacto nas pessoas e no planeta, abraçando objectivos alinhados com a Agenda 2030 da ONU;

• Desestigmatizar as doenças mentais: num mundo tecnológico, é imperativo abordar a saúde mental a nível institucional e social. A comunicação desempenha um papel fundamental, exigindo estratégias afectivas para evitar a estigmatização nos media e nas redes sociais;

• Mais acesso à inovação farmacológica e às tecnologias da saúde: com orçamentos apertados, o acesso a inovações farmacológicas continua a ser um desafio. É necessário um foco colaborativo que aborde a regulamentação, o valor e o custo da inovação, colocando o doente no centro das decisões para garantir um acesso rápido e benéfico à saúde;

• Mais e melhores soluções para doenças devastadoras e com poucas opções de tratamento: a medicina personalizada oferece esperança para doenças consideradas incuráveis, com novos avanços, sobretudo em oncologia, imunologia e infecções;

• Big Data e a Inteligência Artificial (IA) para acelerar o desenvolvimento de medicamentos e vacinas: estas tecnologias aceleram o desenvolvimento de medicamentos, reduzindo os prazos e melhorando a eficiência. Além disso, a IA permite diagnósticos precisos e personalizados, antecipando problemas de saúde. Do ponto de vista económico, simplifica as tarefas administrativas e aumenta a qualidade dos cuidados médicos. Prevê-se que esta tendência atinja o seu pico nos próximos dois anos;

• Vacinação: a diminuição da vacinação, agravada pela pandemia, afecta tanto crianças como adultos. Cerca de 40 milhões de crianças não receberam a vacina contra o sarampo até 2021. A atenção centra-se agora nos adultos, influenciados pelo movimento anti-vacinas. Uma comunicação eficaz é fundamental para colmatar o défice de imunização e evitar a propagação de doenças evitáveis;

• Novas tecnologias para aproximar a saúde do doente: a saúde do futuro é formada com base na intersecção da tecnologia e da inovação. Dispositivos médicos avançados, gestão remota de doentes e tecnologias como a Realidade Virtual e a IA estão a transformar os cuidados de saúde. A telemedicina, apoiada pela Big Data, ultrapassa as barreiras geográficas e chega a zonas remotas. As cirurgias menos invasivas, a formação médica online e a convergência de tendências apontam para um futuro dos cuidados de saúde personalizados, descentralizados e optimizados, oferecendo um acesso mais alargado e mais eficiente a serviços médicos de qualidade.

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