12 agências desistem de concurso público da CP

Das 13 agências que estavam na corrida ao concurso público promovido pela CP, apenas uma se mantém. A decisão surge no seguimento de uma carta da APAP – Associação Portuguesa de Empresas de Publicidade, Comunicação e Marketing a contestar o valor remuneratório que a CP queria pagar pelo trabalho criativo das agências (4,85 euros/hora). De acordo com a associação do sector, os contornos do concurso configuram a prática de “dumping”.

O concurso, lançado em Dezembro, é válido por três anos e tem um orçamento total de 500 mil euros, sendo que 93 mil euros foi o valor proposto pela CP às agências pelo trabalho criativo. A APAP fez as contas ao volume de trabalho exigido e à equipa que teria que ser alocada à conta da CP, e concluiu que o pagamento médio a cada elemento ficaria abaixo dos cinco euros/hora. “Chegamos a um custo médio hora de 4,85 euros, que seguramente entenderão ser muito aquém do valor da remuneração bruta da equipa que necessitam para o desenvolvimento das vossas actividades de comunicação”, disse a APAP na carta enviada à direcção de marketing da CP, citada pelo Dinheiro Vivo. De acordo com a mesma publicação, a única agência que mantém a sua candidatura não é associada da APAP.

Numa carta enviada à APAP, citada pelo Meios&Publicidade, a CP explica que o valor remuneratório proposto tem duas componentes, “uma fixa (que representa 56% do total contratualizado) e uma variável (que pode representar até 44% do valor total do contrato)”. “A APAP apenas considera a componente fixa não fazendo qualquer consideração nem entrando em linha de conta com o preço base deste contrato”, contesta a CP.

A empresa adianta ainda que entre as agências que concorreram “nenhuma formulou qualquer questão de natureza remuneratória” e que as condições do concurso actual “são idênticas às que ofereceu ao mercado em 2010 e que ainda se mantém em vigor”. No último concurso concorreram 18 agências, tendo saído vencedora a Partners.

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