Zoom é a nova estrela da videoconferência. O que aconteceu ao Skype?

O teletrabalho obrigou à criação de novas rotinas e à utilização de novas ferramentas. Surgiu, por exemplo, a necessidade de uma plataforma de videoconferência que permita recriar remotamente as reuniões que habitualmente eram realizadas no mesmo espaço físico. A Zoom tem aparecido como predilecta dos profissionais, um pouco por todo o mundo.

Mas, então, e o Skype? Em tempos, este serviço da Microsoft era a referência no que a videochamadas dizia respeito. Porém, o The Verge sublinha que não soube resolver as dificuldades que foi encontrando, acabando por abrir caminho para uma nova plataforma.

Além de reuniões profissionais, o Zoom tem sido utilizado também para sessões virtuais de ginásio ou yoga, aulas para alunos cujas escolas estão fechadas ou, até, encontros entre amigos.

Se a pandemia tivesse tido lugar em 2011, o The Verge considera que o Skype teria sido o serviço vencedor. Adquirido pela Microsoft nesse mesmo ano, chegou aos 100 milhões de utilizadores activos e aos oito milhões de utilizadores pagos. Em 2011, era o principal meio de comunicação online entre pessoas de vários pontos do planeta e as videochamadas representavam 40% do total de utilização.

O sucesso e a popularidade fizeram mesmo com que se tornasse um verbo: o Oxford English Dictionary juntou a palavra “skype” às suas páginas.

Os problemas do Skype terão começado com a ascensão dos smartphones. Numa altura em que grande parte das pessoas começa a ter um telemóvel inteligente e a querer utilizá-lo para todo o tipo de tarefas, o Skype não funcionava da melhor maneira na sua versão mobile. A Microsoft acabou por privilegiar o investimento na aplicação Windows Live Messenger, que podia concorrer com o WhatsApp, Messenger, Snapchat ou WeChat.

Em 2013, a Microsoft tentou alavancar de novo o Skype ao integrá-lo nos seus telemóveis e ao torná-lo a aplicação de mensagens padrão no Windows 8.1, por exemplo. Mesmo assim, não foi suficiente. As notificações apareciam repetidas nos diferentes dispositivos dos utilizadores, entre outros problemas, fazendo com que os mesmos não confiassem no serviço.

Em 2017, nova mudança visual para tentar mostrar que o Skype ainda existe e que pode ser uma opção válida. No entanto, as pessoas não pareceram contentes com o novo design, o que obrigou a novas alterações no ano seguinte.

Ao mesmo tempo, a própria Microsoft sabotava o seu próprio trabalho, tendo lançado uma solução específica para empresas que, hoje, é mais relevante do que o Skype. Chama-se Microsoft Teams e desde esta semana que também está disponível para os restantes utilizadores.

Dados mais recentes da Microsoft indicam que o Skype é utilizado por 200 milhões de pessoas, sendo que este indicador é medido com base na utilização nos últimos seis meses (e não mensal, como é habitual). Durante a pandemia de COVID-19, a utilização aumentou para 40 milhões de pessoas diariamente, o que se traduz numa subida de 70% face ao mês anterior.

O Zoom, por seu turno, não revela o número de utilizadores ou subscritores. Porém, estimativas apontadas pelo The Verge dão conta de perto de 13 milhões de utilizadores activos no último mês, antes da quarentena ter início.

O Zoom parece agradar aos utilizadores por ser fácil de usar. Além disso, é gratuito se o tempo da videochamada não exceder os 40 minutos. Não é preciso criar uma conta para aceder à plataforma e podem ser gerados códigos para que as restantes pessoas da reunião saibam onde se dirigir.

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