Touta: o restaurante tradicional libanês de Campo de Ourique com vontades modernas

Aberto recentemente em Campo de Ourique, o Touta traz a Lisboa os sabores tradicionais do Líbano, numa abordagem que se afirma mais moderna e sofisticada do que aquelas a que os portugueses estão habituados quando o tema é a região gastronómica do Médio Oriente.

No Touta, a chef Cynthia – ou Touta, alcunha de criança que emprestou ao restaurante –, lança sempre mãos ao desafio de fazer tudo de raiz, de forma artesanal. Licenciada pelo Paul Bocuse Institute em Lyon, e com 22 anos de carreira internacional, Cynthia é uma chef apaixonada pela herança cultural gastronómica do seu país e assume-se como alguém que chegou a Portugal com vontade de dar a conhecer, mas também de aprender sobre a sua nova casa.

O restaurante quer distinguir-se pelo seu próprio “take on” nos pratos de toda a vida, sendo a cozinha um laboratório experimental de novas combinações e técnicas de preparo, com o intuito de mostrar o melhor de uma cozinha libanesa actual.

À chegada, começa-se com um dos vários cocktails de assinatura: o Freekeh Daiquiri feito com Infusão de Rum e Freekeh, xarope e grãos de Freekeh, ou uma cerveja Almaza. Já à mesa, como entrada, escolhe-se o Kafta Tuna – kafta feita com atum cru de barbatana azul, servido com focaccia caseira e coroado com caviar Arak. Para prato principal, no peixe vamos pelo Mloukhieh: peixe do dia, arroz crocante, um complexo dashi (caldo) e topping de cebola em pickle. Com vinho branco de acompanhamento o Château Marsyas Bekaa, frutado, originário do Vale Bekaa, no Líbano.

Na carne, como nos tradicionais almoços de domingo no Líbano, um prato de complexidade e conforto: o B.B.Q, composto por um porco preto português com puré de feijão preto orgânico, molho barbecue libanês e marshmallow de melaço de alfarroba. Para acompanhar, o vinho tinto Ixsir Grande Reserve – Batroun, produzido no monte Líbano, a remeter para frutos maduros e especiarias.

Nos vegetais, Freekeh: uma mistura de grãos de trigo verde, defumado e cozido estilo risoto, com tâmaras doces, nabo assado no carvão, pétalas de cebola e alho e emulsão de folhas de nabo. Para beber Ya’sama: uma bebida não alcoólica, preparada com melaço de alfarroba, água de flor de laranjeira e gelo picado. Como sobremesa, um Soufflé glacé de arak acompanhado de confit de figos em anis, nozes e telha crocante.

Para os que quiserem levar um pouco destas paragens para casa, existe uma pequena mercearia com infusões, fermentados e outros produtos típicos feitos in loco, que convidam os atrevidos a experimentarem em sua casa preparados menos óbvios por cá.

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