Torce o nariz a música clássica? Aqui é garantido que não o fará

A expectativa era grande. Já tinha ouvido falar dos concertos instrumentais de música clássica à luz das velas e o bichinho da curiosidade tinha-se instalado. Portanto, quando ouvi associado ao Candlelight (eventos organizados pela Fever) o nome dos ABBA, as antenas ficaram todas no ar. Tinha de lá estar porque se era para ir que fosse com um grupo musical tão familiar que aos primeiros acordes desperta em mim a vontade de dançar.

Rapidamente percebi que não ia dançar, até porque havendo ainda tantas restrições devido à pandemia essa não seria uma actividade vista com bons olhos, mas trautear, bater palmas ao som da música e abanar os pezinhos foi incentivado pelos músicos desde o primeiro minuto em que pisaram o palco.

Aí, sucederam-se alguns dos êxitos mais afamados dos ABBA, que saíam aparentemente sem esforço dos instrumentos do quarteto de cordas – Tomás Soares (violino), André Gaio Pereira (violino), Sérgio Sousa (viola d’arco) e Fernando Costa (violoncelo) – que enchia uma das salas do Altis Grand Hotel.

“S.O.S.”, “Money, money, money”, “The winner takes it all”, “One of us”, “Angel eyes”, “I still have faith in you” e “Waterloo” foram os primeiros a brilhar com breves introduções do violinista André Gaio Pereira. E foi com “Fernando” que os músicos mostraram estar a divertir-se connosco, que estávamos na assistência. Na ausência de espectadores na sala com o nome Fernando, todos a cantámos dedicada ao violoncelista. Estava criada a ligação que nos uniria num grupo coeso até ao final do espectáculo onde ainda se ouviu (e cantou e abanou o pezinho) “Knowing me, knowing you”, “Lay all your love on me”, “The name of the game” e, claro não podia falta, “Mamma mia”. Mas o público quis mais e foi com “Dancing queen” que o quarteto fez o encore e me fez sair a querer ir dançar. Como uma rainha.

E, como nota de rodapé, deixe-me que lhe diga: nada receie quanto às velas porque nestes eventos não encontrará velas de cera. São velas de LED para que não haja risco de incêndio e/ou intoxicação.

Texto de Maria João Lima

Artigos relacionados