TIP Talk: Assim vai o empreendedorismo em Portugal

Afinal, o que é o empreendedorismo e como é que o conceito se pode aplicar em Portugal? Há loucos ou apenas elefantes neste país na cauda da Europa? Pedro Janela, CEO do WY Group, e Rui Alves, director de recursos humanos da Johnson & Johnson, estiveram presentes na mais recente TIP Talk da Marketeer para falar sobre empreendologia.

O debate começou em torno da ideia de intraempreendedorismo, ou seja, a aplicação dos valores do empreendedorismo de modo interno, dentro das próprias organizações, algo que, em Portugal, parece ser difícil, de acordo com os dois oradores.

Rui Alves fala em loucos e em elefantes: «É preferível contratar um louco do que empurrar um elefante», referindo-se aos loucos enquanto empreendedores e aos elefantes enquanto profissionais estabelecidos que têm medo de arriscar. Posto isto, o intraempreendedorismo é quase inalcançável em Portugal por as grandes empresas não estarem dispostas a correr riscos e a agarrar os loucos pois é «mais difícil e incómodo».

Pedro Janela defende o mesmo cenário mas conta uma realidade diferente relativamente ao WY Group. Descreve-se enquanto inconsciente já que para apostar em empreendedorismo é preciso ter pouco medo do desconhecido. Neste momento, nas grandes organizações, o empreendedorismo não é interno, restando duas opções que passam ou por crowdsourcing ou por startups.

No entanto, nos casos em que o intraempreendedorismo é bem recebido é também natural que surjam erros e, de acordo com o CEO do WY Goup, é necessário saber acolher esse erro, analisá-lo para que não se repita mas encará-lo como algo positivo no caminho do crescimento. O problema, mais uma vez, está na incapacidade dos grandes grupos empresariais de aceitarem falhas e tudo o que os loucos podem trazer consigo.

Na audiência da TIP Talk estiveram presentes representantes de algumas grandes empresas portuguesas mas também profissionais que vivem o empreendedorismo enquanto regra máxima, o que gerou um ambiente de debate que levou a apenas uma conclusão: «Portugal ainda não é um país de empreendedorismo mas há-de ser», nas palavras de Pedro Janela.

Texto de Filipa Almeida

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