Startup portuguesa usa desperdício energético para produzir legumes
Schneider e Nimbus Research Center são os mais recentes parceiros da Bios, startup portuguesa que aproveita o desperdício energético dos edifícios para produzir vegetais e legumes. A Bios tira também partido das emissões de dióxido de carbono, transformando-as em comida nutritiva e sustentável.
O objectivo da Bios é produzir alimentos com menos recursos e a um preço acessível e os novos parceiros representam um passo importante nesse caminho. Segundo adianta em comunicado, terá agora oportunidade de melhorar e optimizar processos.
No caso da Schneider, a parceria envolve a partilha de conhecimento e tecnologia nas áreas de monitorização e comunicação entre hardware/software e diferentes bases de dados. A Nimbus Research Center, por seu turno, vai apoiar a centralização de todos os dados dos edifícios e dos respectivos sistemas de gestão, das estufas e da operação de produção.
Paulo Pereira, membro da Bios e especialista em projecto e operação de sistemas de agricultura vertical, revela que a próxima etapa envolve a criação de métricas que ajudem a interpretar e analisar o funcionamento dos sistemas.
«Hoje em dia, a produção agrícola convencional não é praticada de um modo inteiramente sustentável e nem sempre se fala na qualidade dos alimentos que daí provêm. A nossa equipa acredita que pode integrar, com sucesso, sistemas de agricultura vertical em edifícios pois existe um potencial de recuperação/reutilização de energia para o cultivo de plantas», acrescenta Michael Parkes, fundador da Bios.
A missão da startup é garantir um futuro em que é possível produzir alimentos frescos e de qualidade a partir dos próprios edifícios, em meio urbano. Com a ajuda dos novos parceiros, a construção e operação do projecto deverá arrancar ainda na primeira metade deste ano: a capacidade de produção diária estimada ronda as 50 alfaces.
Além da Schneider e Nimbus Research Center, também a Fundação Calouste Gulbenkian, o Instituto Superior Técnico e a Nova SBE apoiam a Bios.
«É necessário agir agora se queremos encontrar soluções viáveis para a produção alimentar em ambiente urbano com o mínimo de impacto ambiental e mais interessantes para o produtor e consumidor, de modo a ajudar a criar resiliência na comunidade e promover estilos de vida mais saudáveis», conclui Paulo Pereira.