Sou do tempo… Vamos ser do tempo…

Por Ana Lima, formadora na Flag, consultora e estratega de Marketing de Conteúdo e SEO

Gosto muito da expressão “sou do tempo”. Porque nos lembra o que já fizemos, o que já vivemos, as experiências que nos fazem ser. E, sim, já sou do tempo de algumas coisas. Sou do tempo do fax, do telex e da internet a fazer barulho a ligar. Sou do tempo do jornal em papel e das cartas dos leitores que eram mesmo cartas.

Mas também sou do tempo da revolução da internet e da mudança para uma conexão global e constante. Também sou do tempo do conteúdo digital e das redes sociais em massa.

A verdade é que daqui a uns anos (não muitos), acredito que vamos dizer que fomos do tempo da verdadeira revolução digital. Também que fomos do tempo da pandemia, das máscaras, do isolamento e do tempo em que distância social não era uma expressão anormal como deveria ser. Mas, acima de tudo, que assistimos à explosão digital das empresas, forçadas a sobreviver em circunstâncias peculiares. Assistimos também ao surgimento de novos negócios, novas empresas, novos empreendedores, novos corajosos sobreviventes digitais.

Também fomos do tempo da criação de novos públicos, novas audiências digitais que até aqui nunca foram e nunca pensaram ser. Novos consumidores digitais, com diferentes regras e, acima de tudo, diferentes expectativas. Mudam as jornadas, os pontos de contacto e as regras de comunicação.

O próximo tempo é, por isso, tempo de mudança sem paradoxo. Mas o que já era muito importante tornou-se vital: análise, métricas e acompanhamento constante destas audiências que nos dizem tudo, só precisamos de estar atentos.

As empresas dedicadas exclusivamente ao marketing digital já o fazem, e bem, há muito tempo, mas em todos os outros negócios percebemos alguma dificuldade de interpretação dos dados. Quem lida diariamente com empresas de diferentes tamanhos, formatos, idades e rentabilidades, percebe que em todas há uma questão comum: as falsas expectativas. Acreditam, de alguma forma, que o digital é solução sem grande esforço e sem grande investimento e têm uma grande desilusão quando percebem que é possível, sim, mas com tempo para análise, investimento e trabalho árduo.

Será também o tempo de trazer o consumidor para os nossos espaços. Não é por acaso que o user generated content é já uma das tendências mais estudadas e investigadas dentro desta área. É, quando bem feita, uma estratégia vencedora.

Espero, por isso, um dia poder dizer que fui do tempo em que as empresas aprenderam verdadeiramente a ouvir, ler e interpretar as suas audiências, sabendo assim a forma certa de chegar até essas mesmas audiências, com conteúdo pertinente, abordagens certeiras e vendas relevantes para todos.

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